O F. C. Porto venceu o Benfica por 2-1 em jogo da 29.ª jornada. Já poucos acreditavam quando Kelvin marcou um golo que decidiu o clássico e, provavelmente, o título nacional a favor do F. C. Porto. Um milagre surgido fora de horas matou a estratégia do relógio do Benfica. Veja os principais lances do jogo.
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Os grandes jogos decidem-se, muitas vezes, em momentos de inspiração que surpreendem toda a gente. Foi o caso da jogada de Kelvin, quando o Benfica já se preparava para fazer a festa de sair do Dragão com um empate que praticamente carimbava o título. O jovem brasileiro recebeu a bola dentro da área e rematou cruzado, para um golo que fez explodir o Estádio do Dragão, num epílogo digno de um espectáculo cheio de emoções.
Kelvin e Varela, dois mal-amados do plantel portista, fizeram os golos de um triunfo que irá ficar na história, não pela qualidade do jogo apresentada pela equipa de Vítor Pereira, mas pela forma como foi obtido.
Parecia que nada resultava na estratégia de Vítor Pereira e que o treinador do Benfica, Jorge Jesus, ia ganhar a guerra de saber gerir o tempo a favor das águias. Mas as cartas são para ser jogadas e Kelvin foi o ás que tudo decidiu, um quarto de hora depois de ter entrado.
O jogo foi quase sempre equilibrado, com sinal mais do F. C. Porto, mas os dragões passaram períodos em que nem parecia estarem num jogo tão decisivo. Falharam inúmeros passes e não revelaram a intensidade necessária a um campeão.
O Benfica entrou muito cauteloso, mas a sorte sorriu-lhe aos 19 minutos. Na primeira vez que teve oportunidade para marcar, marcou mesmo, através de Lima, que surgiu sem companhia para fazer um golo que parecia abrir o caminho do título.
Os benfiquistas estiveram na posição de campeões nacionais pouco mais de cinco minutos, pois o F. C. Porto não tardou a empatar, num remate de Varela, que teve a "ajuda" de Maxi Pereira e do guarda-redes Artur.
Animados pelo golo, os portistas incomodaram mais a baliza da águia até ao intervalo e assim coninuaram no início da segunda parte, mas Luisão e Garay iam chegando para as encomendas.
A ansiedade e nervosismo foram aumentando nas hostes do dragão e a ideia de que as coisas só se decidiriam num golpe de génio (ou de sorte...).
James teve nos pés uma oportunidade de ouro, mas atirou ao poste. Faltavam meia dúzia de minutos e a desilusão começava a tomar conta dos adeptos, enquanto o Benfica, cada vez mais cómodo com o avançar dos ponteiros do relógio, via a hipótese de segurar o primeiro lugar cada vez mais próxima. Até que chegou o momento de Kelvin, que culminou a reviravolta, ditou a primeira derrota do Benfica e de início a uma festa que deverá ser ampliada em Paços de Ferreira, na última jornada.