Caso de racismo no Leça do Balio-Pedras Rubras foi arquivado. Balienses prometem exposição ao secretário de Estado.
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O processo sobre os alegados insultos racistas proferidos contra o jogador do Desportivo de Leça do Balio Pate Carvalho Djob, no embate da 2.ª Divisão de juniores frente ao Pedras Rubras, foi arquivado.
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Tudo aconteceu a 22 de fevereiro, quando Pate abandonou o relvado, em lágrimas, após alegadamente ter sido alvo de insultos racistas. Mais concretamente, um jogador da equipa adversária chamou-lhe "macaco". O caso, que na altura foi noticiado em primeira mão pelo JN, fez correr muita tinta e levantou diversas questões ético-morais no desporto de formação em Portugal. Sete meses depois, a indignação manifestada pelo Desportivo de Leça do Balio mantém-se.
"Não queremos o mal de ninguém, mas é óbvio que nos custa aceitar esta decisão da A. F. Porto Depois da situação ter acontecido, é muito fácil dizer que não se viu ou não se ouviu nada. A realidade é que o Pate passou por um turbilhão de emoções e teve de lidar com um episódio muito infeliz", disse ao JN Paulo Santos, vice-presidente do Leça do Balio, adiantando que o clube matosinhense vai tomar outras medidas. "Nesta fase, o que queremos é a tranquilidade do Pate. Mesmo assim, vamos fazer uma exposição ao secretário de Estado do Desporto, bem como ao Instituto Português da Juventude e Desporto", acrescentou.
Mas como todas as "histórias" podem ter várias versões e esta, em concreto, não foi exceção, para Alfredo Santos, presidente do Pedras Rubras, a decisão agora tomada pela A. F. Porto só veio confirmar a ausência de culpa por parte do emblema maiato.
"Estamos muito contentes com o arquivamento deste caso. Não somos um clube onde se aplica o termo racismo. Temos orgulho dos nossos valores e respeitamos todos os jogadores. Sejam eles quem forem", concluiu o dirigente.
"Falta de provas" conduz processo ao arquivamento
Apesar de a decisão só agradar a uma das partes, a A. F. Porto está convicta de que tudo fez para apurar a verdade. Ao JN, fonte da associação explicou que "a situação foi sujeita a um processo de inquérito" e que, "à falta de provas", decidiu-se pelo arquivamento. Segundo apurámos, a A. F. Porto esteve presente, esta semana, numa apresentação na Câmara de Matosinhos, com a secretária de Estado para a Cidadania e Igualdade, num claro sinal de preocupação por este tipo de temática. A fonte acima citada afirmou ainda que a "A. F. Porto condena veementemente tudo o que seja um princípio de ato de racismo e nunca irá pactuar com atitudes que coloquem em causa a integridade moral dos intervenientes no jogo".