Luis Suárez anulou desvantagem na segunda parte e Pedro Gonçalves esteve quase a afastar a maldição italiana. Rui Silva borra a pintura perto do fim. Hjulmand tenta corrigir injustiça, mas encontra um gigante na baliza do Nápoles.
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Não esteve longe, mas ainda não foi hoje que o Sporting acabou com a maldição de deixar Itália sem o sabor do triunfo, ao fim de 19 visitas. Os leões perderam com o Nápoles (2-1), num desfecho algo injusto pelo caudal e qualidade de jogo ofensivo da equipa, mas, ao mesmo tempo, muito habitual na batalha com o pragmatismo e cinismo transalpino.
O Sporting anulou bem a entrada do campeão italiano, num escaldante "San Paolo" com quase 50 mil nas bancadas. Bloqueou o meio-campo e não sofreu no plano defensivo. Foi ferido num contra-ataque, mas melhorou com as substituições, anulou a desvantagem e esteve perto da reviravolta. No entanto, deu um passo em falso perto do fim - saída fora de tempo de Rui Silva. Hjulmand ainda tentou corrigir a injustiça, num último suspiro, mas Milinkovic-Savic fez um milagre. O leão sai de Itália com um sentimento amargo pela exibição, mas o jogo continua a decidir-se no pormenor e valor qualitativo dos atletas no momento da verdade. E aí De Bruyne, Hojlund e Milinkovic-Savic revelaram outro nível.
A equipa de Rui Borges entrou de forma segura, tranquila e baixou a temperatura do inferno do "San Paolo", ao manter a discussão controlada e a um ritmo baixo. O Nápoles privilegiava o lado direito, com Politano. Todavia, também não imprimia velocidade e preferia a segurança ao risco. Com excesso de gente na zona central era mais fácil anular do que criar. O padrão iria alterar-se após uma tentativa atacante dos leões, punida por um contra-ataque letal. Quaresma perdeu a bola e De Bruyne engatou uma descida vertiginosa, embora apadrinhada pela ingenuidade defensiva do leão, que não derrubou o oponente, e permitiu a conclusão de Hojlund.
Na segunda parte, Rui Borges juntou Suárez a Ioannidis e lançou Pedro Gonçalves. Apesar da alteração estratégica, o jogo voltou a ficar bloqueado. O leão não conseguiu ganhar desequilíbrios e espaço, mas acabou por ser eficaz numa antecipação felina de Maxi Araújo, premiada com a tentativa de corte em falta de Politano. O juiz assinalou penálti e Luis Suárez empatou.
As alterações e o desgaste físico deixaram a discussão mais aberta. Pedro Gonçalves falhou o volte-face e Hojlund voltou a ferir o leão, após saída em falso de Rui Silva. Um castigo severo para o leão que ainda tentou um último golpe, com Milinkovic-Savic a brilhar.