Sporting cilindra Eintracht e estreia-se a ganhar em duelos em solo alemão. Edwards vestiu o fato de caça-fantasmas e desbloqueou o triunfo dos leões.
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Rúben Amorim avisou na antevisão que os jogadores pouco ligavam aos recordes e ninguém diria que o triunfo do Sporting frente ao Frankfurt foi o primeiro da história da equipa verde e branca em território alemão. O esclarecedor 3-0 final ganha especial relevância num grupo que se prevê, à partida, muito equilibrado, pelo que todos os pontos amealhados serão importantíssimos, em especial os conquistados fora de casa.
Mas a vitória, construída na segunda parte e debaixo do habitual ambiente hostil criado pelos fervorosos adeptos do clube germânico, que encheram as bancadas, não parecia bem encaminhada nos primeiros 45 minutos. Ainda que sem serem dominadores, os alemães foram sempre a equipa mais perigosa, aproveitando vários erros na saída do conjunto de Alvalade para criarem algum perigo.
Em processo ofensivo, o Eintracht Frankfurt, o campeão da Liga Europa da temporada passada, não procurava manter a posse de bola durante longos períodos, procurando maioritariamente os ataques rápidos.
Já o Sporting optou por jogar pelo seguro. Circulava a bola devagar, mais preocupado com a organização coletiva para reagir a uma eventual perda da bola. Ainda assim, a principal oportunidade da metade inaugural da partida saiu dos pés de Marcus Edwards, o melhor jogador dos leões em campo, após um excelente lance individual.
Defensivamente, os homens de Ruben Amorim conseguiram estancar a criatividade de Kamada e de Gotze, os principais criadores dos alemães, com Coates a fazer uma exibição de encher o olho.
A partir da hora de jogo notou-se um crescendo da equipa leonina, ainda que sem grandes alterações estratégicas. O plano do Sporting sempre foi explorar o espaço nas costas do meio-campo germânico, mas os apoios frontais, que não surgiram na primeira parte, começaram a resultar. Edwards tinha avisado e à segunda não desperdiçou, concluindo uma bela combinação do flanco esquerdo, num lance em que o principal detalhe vai para a chegada de Morita à área contrária.
Dois minutos depois, e novamente com Morita e Edwards envolvidos no lance, foi Trincão a finalizar, concluindo um ataque vertiginoso dos leões. A cereja no topo do bolo chegou já depois do minuto 80, com uma grande arrancada de Pedro Porro pelo lado direito, concluída com um cruzamento milimétrico para a conclusão de Nuno Santos.
É o começo perfeito para o Sporting na Liga dos Campeões. Uma vitória fora de portas contra um dos candidatos ao apuramento, com uma autêntica lição de futebol durante quase toda a segunda parte.
Seguem-se os ingleses do Tottenham, na terça-feira, em Alvalade, e o Marselha, já em outubro, que se cuide... Porque o Sporting também nunca venceu em França, na Champions.