O futuro de Pedro Mantorras discute-se hoje, numa reunião na SAD, que deve contar com a presença do atleta. O encontro foi revelado, anteontem, pelo próprio líder da sociedade, Luís Filipe Vieira, durante uma entrevista à SIC.
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O responsável deixou entender que o clube poderia aproveitar o extenso capital de imagem do avançado. O enquadramento numa função no quadro das relações institucionais do emblema encarnado pode ser encarada e sugerida ao futebolista, com contrato até 2012.
O cenário do regresso aos relvado está erradicado, pelo menos no universo da águia. O jogador não entra nos planos de Jesus e nem sequer está inscrito na Liga. A possibilidade de cedência a outro clube, mesmo na reabertura do mercado, é complexa. Não só pelo elevado salário, em relação às possibilidades financeiras do universo de eventuais pretendentes, mas, essencialmente, pelo nível físico.
As mazelas do problema que afectou o angolano – lesão numa cartilagem –, dificultam e impedem-no de ultrapassar qualquer teste clínico, indispensável à entrada noutro clube com a sequente aceitação do seguro desportivo. O começo de uma nova etapa, numa área distinta, surge como cenário mais provável. Todavia, resta constatar se o atleta, de 28 anos, está mentalmente preparado para abandonar o relvado.
Mantorras é um exemplo de dedicação e persistência na óptica de Filipe Vieira. De facto, a história e percurso futebolístico do angolano revelam essas qualidades evidenciadas na permanente luta contra a adversidade, inerente da lesão contraída, em Dezembro de 2001.
Os contornos precisos e eventuais responsabilidades do calvário do futebolista ainda estão por apurar, num caso que motivou já processos em tribunal – Bernardo Vasconcelos, então responsável pelo departamento clínico, agiu judicialmente, depois da publicação do “Livro directo”, obra que relata a história do angolano.
O jogador chegou à Luz ainda em 2001, depois de explodir no Alverca. Dono de uma velocidade de raciocínio, execução, drible e potência de remate invulgares, previa-se a uma rápida ascensão na elite do futebol mundial.
Luís Filipe Vieira fixou um valor para a venda – 90 milhões de euros. Mas o problema na cartilagem do joelho ensombrou o percurso. Nunca desistiu de jogar apesar de ultrapassar quatro operações. De potencial fenómeno futebolístico, tornou-se num fenómeno popular, segundo José Mourinho, um dos seus maiores admiradores.