Antigo treinador do clube minhoto, levanta a fasquia e expressa apoio ao treinador Artur Jorge
Corpo do artigo
Manuel Cajuda acha que "o quarto lugar já é pouco para o Braga" e gostaria de ver a equipa de Artur Jorge "lutar pelos três primeiros lugares". "Gostava que corresse muito bem a época ao Braga. Isto não tem nada a ver com o Artur Jorge, que foi meu jogador e capitão, de quem sou amigo e a quem desejo tudo de bom, mas se eu fosse treinador do Braga, assumiria claramente a luta pelos três primeiros lugares. Não estou a dizer que ia ser campeão, mas tinha a obrigação, com estas condições, de lutar pelos três primeiros lugares. Preferia que no final do ano dissessem "tu falhaste" do que dar hipóteses às pessoas de me chamarem cobarde. Os quartos lugares do Braga não me dizem nada, apesar de serem classificações de honra, eu fiz dois com a "lojinha dos 300 [escudos]", e queria ver mesmo o Braga a lutar pelos três primeiros lugares porque acho que o quarto lugar já é pouco para o Braga", disse o treinador com mais jogos pelos arsenalistas, à margem do "SC Braga Day".
O ex-técnico abordou ainda a possível saída de Ricardo Horta, salientando que o internacional português "é um grande jogador", mas notando que o futebol "é um desporto coletivo". "Ninguém sabe [se seria um Braga diferente sem Ricardo Horta]. Isto é um desporto coletivo, um jogador sozinho não influencia os outros. Se o Braga perder o Ricardo Horta, perde um grande jogador, a questão será reestruturar toda a organização em função de novos jogadores porque importa é o coletivo", disse.
Manuel Cajuda lembrou ainda os seus tempos de treinador em Braga. "Estava no Algarve de férias e levantei-me às 06h para estar aqui hoje. E vim para ver um clube e jogadores que me ajudaram muito na minha carreira. E isto quer dizer que valeram a pena os sacrifícios que fizemos na altura. Tirámos o Braga de um afastamento de 17 anos das competições europeias e conseguimos dois quartos lugares. Pude ver amigos e os adeptos, jogadores e dirigentes, a quem devo muito, mas eu também dei muito ao Braga. Fico feliz por ver o Braga muito maior que no meu tempo. Cresceu muito, parabéns à administração e ao presidente, não tem nada a ver com o Braga do meu tempo. Só tínhamos um relvado e um pelado, só podia treinar duas vezes no relvado...", concluiu.