Sporting sofreu o maior tombo no ranking das assistências. Benfica e F. C. Porto com oscilações ligeiras. Boavista foi o que mais viu a plateia crescer.
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A Liga de futebol de 2018/19 teve menos 253 pessoas nas bancadas por jogo, em comparação com o campeonato anterior. O Sporting, cuja média de assistências baixou quase dez mil espectadores, influencia claramente os números, mantendo-se o Benfica como o clube que mais gente arrasta.
A queda leonina, de uma média de 43 623 de 2017/18 para 33 691, condiciona de forma significativa os números, sendo que o F. C. Porto teve, em média, menos 1048 pessoas nas bancadas e o Benfica cresceu 615 adeptos por jogo.
A descida abrupta arrasta o Sporting para o terceiro lugar do ranking, quando há um ano era o segundo, logo atrás do Benfica, sendo ultrapassado pelo F. C. Porto, mesmo este tendo perdido para as águias, o título que havia conquistado na época passada.
No quarto posto continua o Vitória de Guimarães, que se reafirma como o principal clube, atrás dos chamados três grandes. Os vimaranenses até conseguiram subir (mais 2234/jogo), o mesmo se passando com o vizinho Sporting de Braga, mas aqui com menos expressividade (mais 329 pessoas por encontro).
Águias com as melhores casas
Há nove equipas com mais público, em comparação com 2017/18, sendo de destacar a subida do Boavista, que contou com mais 2532 adeptos no Bessa, por desafio, em comparação com a época anterior.
Tal como em 2017/18, o Moreirense voltou a ser o que menores assistências teve, isto apesar de ter registado uma muito pequena subida (mais 11 pessoas nas bancadas por jogo).
Quanto às melhores assistências da competição, o Benfica voltou a assumir o protagonismo. O jogo com mais público foi a receção ao Santa Clara (64 064), precisamente o que deu o título aos encarnados. As águias, de resto, ocupam os 13 primeiros lugares (de 17 possíveis...) neste ranking, sendo que o 14.º é também um jogo em que participaram, mas como visitantes: F. C. Porto-Benfica, na 24.ª jornada (49 220). No polo oposto ficou o Belenenses SAD-Moreirense (20.ª jornada), disputado no Bonfim, com 298 espectadores.
A título de curiosidade, refira-se que os preços máximos praticados pelas sociedades desportivas tinham três valores distintos: 75 euros (estádios nível 1), 45 euros (estádios nível 2) e 30 euros (estádios nível 3).
Árbitros foram ao bolso buscar mais cartões
Em mais uma temporada de enorme polémica arbitral no campeonato português, com o sistema VAR, utilizado pelo segundo ano consecutivo, debaixo de fogo em muitas ocasiões, os homens do apito não tiveram mãos a medir no que à amostragem de cartões diz respeito.
No total das 34 jornadas, foram tirados do bolso dos árbitros 1488 amarelos, mais 84 do que na época anterior, e as expulsões também aumentaram, de 87 em 2017/18 para 100 na época que agora chega ao fim. O número redondo de jogadores expulsos resulta de 47 duplos amarelos e 53 vermelhos diretos.
A tendência de indisciplina voltou a acentuar-se, depois de, em 2016/17, terem sido mostrado pelos árbitros apenas 28 cartões vermelhos diretos, 49 duplos amarelos e 1471 amarelos. Ainda assim, os números deste campeonato são bastante inferiores aos dos campeonatos de 2015/16 (1643 cartões amarelos, 72 duplos amarelos e 43 vermelhos diretos) e de 2014/15 (1728 amarelos, 82 duplos amarelos e 39 vermelhos diretos), a partir dos quais os árbitros tiveram instruções para mostrar menos cartões.
A equipa com mais amarelos vistos foi o Boavista (104), enquanto o Tondela foi a que teve mais expulsões (13), seis por duplos amarelos e sete por vermelhos diretos. O F. C. Porto foi o mais disciplinado, tanto a nível de cartões amarelos (61), como de vermelhos (apenas um, mostrado a Corona nos instantes finais da última jornada).
O Benfica, novo campeão nacional, viu 70 amarelos e teve sete expulsões (dois duplos amarelos e cinco vermelhos diretos), enquanto o Sporting ocupou o mesmo lugar da classificação na indisciplina (terceiro, atrás de Boavista e Tondela, com 100 cartões amarelos e sete expulsões, duas por duplo amarelo e cinco por vermelho direto).
Redes abanaram tanto como na época anterior
A festa dos golos teve, por coincidência, os mesmos números do campeonato anterior. Tal como em 2017/18, foram 826 os golos marcados em 306 jogos, a uma média de 2,7 por partida. Houve ainda 149 jogos com mais de três golos por jogo.
Nas últimas cinco épocas, a partir das quais a liga portuguesa voltou a ser disputada por 18 clubes, só em 2015/16 é que o registo finalizador foi mais apurado (831 golos), contra os 728 de 2016/17 e os 763 de 2014/15.
O Benfica foi, de longe, a equipa mais concretizadora, com 103 golos, mais 29 do que o F. C. Porto. Para além do melhor marcador (Seferovic, 23 golos), a equipa da Luz teve mais três jogadores no top dez dos goleadores: Rafa (17), João Félix (15) e Pizzi (13). O pior ataque foi o do Marítimo, com 26 golos, menos um do que o despromovido Feirense.
Chicote voltou a estalar em dez ocasiões
As famosas chicotadas psicológicas aconteceram dez vezes neste campeonatos, tal como no anterior, e uma das mudanças no comando técnico teve, ao contrário do que é habitual, consequências positivas num candidato ao título, já que foi a partir da substituição de Rui Vitória por Bruno Lage que o Benfica partiu para a denominada reconquista.
Metade dos clubes despediram treinadores durante a época (Benfica, Sporting, Rio Ave, Boavista, Marítimo, Vitória de Setúbal, Aves, Feirense e Chaves), sendo que os flavienses fizeram-no por duas vezes (Daniel Ramos deu lugar a Tiago Fernandes, que depois foi rendido por José Mota), sem conseguirem evitar a descida de divisão.
Na época passada, também houve dez chicotadas, mas apenas em sete equipas do escalão principal.