José Mourinho, técnico do Benfica, falou sobre a queixa de que foi alvo por parte da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF) e concordou com as palavras de André Villas-Boas, em antevisão do encontro disputado na sexta-feira, contra o Gil Vicente, no Estádio da Luz.
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"Não penso no mercado de janeiro. O Benfica tem um bom plantel, os três atacantes são bons. Quando se joga contra uma muralha defensiva como contra o Rio Ave e eles estiveram sempre praticamente dentro da área às vezes não consegues entrar em combinação. É um tipo de jogadores que não temos, mas o meu trabalho não é pedir, é trabalhar ao máximo o que temos e ajudar os jogadores a melhorarem", analisou ainda o empate contra o Rio Ave na Luz (1-1).
Já sobre a queixa da APAF, fez uma comparação às críticas que recebe. "A ofensa pessoal, pôr em causa a dignidade das pessoas, sei que não o posso fazer e não o fiz. Se não posso criticar o trabalho de um árbitro da forma que milhões de pessoas criticam o meu trabalho, não creio que seja democrático. Honestamente não sinto ter dito nada de mal, disse que o árbitro não teve influência no resultado no jogo, disse que é o futebol dos dias de hoje. Mas se é assim, se quiserem dizer que é proibido falar dos árbitros, isso torna o nosso trabalho mais fácil", comentou.
Mourinho falou sobre o desempenho do colombiano Richard Ríos. "Vejo razões para o ajudar muito, tentar tirar o melhor dele, não lhe pedir coisas nas quais ele tem dificuldade. Vejo razões para o proteger ao máximo e que mostre o que de melhor tem e que esconda o que de menos bom tem. A parte do treino que fizemos hoje com ele foi tentar pedir-lhe coisas nas quais ele se sinta confortável e as pessoas possam ver o bom jogador que ele é. O jogador quando entra em campo entra com um autocolante nas costas com os milhões que pagou pela transferência, mas não vou criar mais pressão. O Ríos joga de certeza amanhã".
Quanto à mensagem de André Villas-Boas, de que Mourinho vai ser recebido como qualquer treinador do Benfica no Dragão, o técnico "está totalmente de acordo". "Acho que tem de ser assim. Se for recebido com respeito, educação, sem amor e sem carinho. F. C. Porto é um clube competitivo e as declarações do presidente Villas-Boas são corretas. Ingratidão? De todo. Eles fazem parte da minha história, ganhámos uma Champions, fizemos história juntos, sou amigo do presidente do FC Porto, mas eles querem ganhar e nós também. Arbitragens? Antes do jogo não falo de árbitros. Sinto-me. às vezes no direito de elogiar. O que quero é dizer amanhã que o árbitro fez um grande trabalho", disse.
O técnico das águias falou ainda do calendário congestionado e elogiou o Gil Vicente. "Temos o jogo com o Chelsea, depois a seleção... Vamos fazer umas peladas com oito, mas são seis treinadores e dois jogadores. Vai ser o Aursnes e um gajo qualquer... Depois eles chegam, uns na terça, outros na quarta ou na quinta".
Para terminar a conferência, Mourinho revelou que disse aos jogadores que a situação do golo tardio frente ao Rio Ave "não deve voltar acontecer".