O PSG desistiu de renovar com Lionel Messi, decisão que abre caminho a um verão agitado em torno do futuro do craque argentino. O regresso a Barcelona volta a ser propalado, mas os endinheirados Al Hilal (Arábia Saudita) e Inter Miami (Estados Unidos) podem seduzir o Bola de Ouro a uma aventura mais exótica.
Corpo do artigo
Que o futebol seja um universo à parte, em que nem sempre a lógica tem preponderância relativamente às emoções, já todos o perceberam, em maior ou menor grau. Como em quase tudo o que se faz nesse tal universo quase paralelo, Lionel Messi levou a ideia ao extremo, com o PSG a decidir não renovar com o detentor do prémio The Best no seguimento da melhor época do astro argentino em Paris. A explicação, essa, vai para lá da bola em si, e abre caminho a um verão que promete ser animado em torno de La Pulga.
A última semana terminou com um autêntico pesadelo para o PSG no Parque dos Príncipes, onde perdeu com o Lorient (3-1) para a Liga francesa. Desagradado com a equipa, o treinador Christophe Galtier decidiu anular as duas folgas inicialmente previstas para o plantel e agendou um treino para o dia seguinte.
Com viagem marcada para a Arábia Saudita, onde é embaixador do turismo, Lionel Messi falhou o apronto, sem o devido consentimento do clube parisiense, e levou a uma rutura até então por poucos imaginada. Pelo menos nos moldes em que, ao que tudo indica, ela irá suceder.
Messi está a poucos meses de terminar o contrato com o PSG, que vinha tentando persuadir o argentino a ficar mais duas temporadas na capital francesa. As negociações estariam num impasse, mas a vontade do clube parisiense em manter um dos melhores jogadores da história parecia férrea, num processo que fazia lembrar o que levou à renovação milionária de Kylian Mbappé, no último verão.
A viagem não autorizada à Arábia Saudita fez desabar esse cenário, levando a uma consequência imediata, a suspensão de Messi por duas semanas, e outra estrutural, o encerramento do processo de renovação com o avançado, que vive a melhor época desde que chegou a França, em 2021. Ainda com cinco jornadas por realizar na Ligue 1, o argentino já leva mais golos (20) e assistências (15) do que em toda a temporada passada (11 golos e 14 assistências).
Num ano marcado pela fase final do Mundial a meio da temporada, Messi exibiu-se a um nível impressionante (12 golos e 14 assistências em 19 jogos) até viajar para o Catar, onde ajudou a Argentina a sagrar-se campeã do Mundo com sete golos e três assistências. De lá para cá, baixou um pouco o ritmo, mantendo ainda assim um nível interessante (oito golos e cinco assistências em 18 jogos).
Livre a partir de junho, o futuro de Lionel Messi promete ser um dos temas que irá aquecer o próximo verão. O jornal "L'Équipe" avança três possibilidades para o argentino, sendo que nenhuma delas é propriamente uma novidade.
Da Catalunha surgem ecos da vontade do Barcelona, a um passo de se sagrar campeão espanhol, fazer regressar o filho pródigo, ainda que as dificuldades financeiras por que o clube passa não aconselhem a grandes aventuras, sobretudo por um jogador de 35 anos.
Com os bolsos mais folgados, o Al Hilal, da Arábia Saudita, e o Inter Miami, da MLS, são outras das possibilidades para o futuro de Messi.
O interesse do clube do Médio Oriente vem ganhando força nos últimos meses, sobretudo após a chegada de Cristiano Ronaldo ao Al Nassr, em janeiro. Chegou a falar-se de um salário a rondar os 400 milhões de euros anuais para convencer Messi a mudar-se para a Liga saudita, um argumento que terá certamente o seu peso na decisão do avançado. Já o Inter Miami, propriedade do inglês David Beckham, oferece ao argentino uma participação acionária no clube.
O dinheiro, já se sabe, tem um papel preponderante no futuro de um profissional, seja em que área for. Em Paris, Lionel Messi aufere cerca de 41 milhões de euros líquidos por ano. Se lhe juntarmos os proveitos fora das quatro linhas, o argentino é o segundo desportista mais bem pago no mundo (118 milhões de euros), apenas atrás de Cristiano Ronaldo (124 milhões de euros), de acordo com a revista "Forbes".
Em Paris, Lionel Messi ganhou, até ao momento, uma Liga francesa e uma Supertaça. Em dezembro do ano passado conquistou a Bola de Ouro, referente ao melhor jogador da fase final do Mundial, e em fevereiro de 2023 venceu o prémio The Best, da FIFA, pela sétima vez na carreira.