<p>O Braga venceu o Sporting (2-3), numa demonstração de classe, num confronto entre duas equipas tacticamente exímias, mas onde os arsenalistas tiveram mais concentração e eficácia do que os leões.</p>
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O Braga venceu o Sporting (2-3), numa demonstração de classe, num confronto entre duas equipas tacticamente exímias, mas onde os arsenalistas tiveram mais concentração e eficácia do que os leões.
O encontro de Alvalade foi exactamente o que se esperava: uma batalha táctica discutida ao pormenor, com as duas equipas a serem fiéis aos seus princípios de jogo: disciplina táctica, movimentação colectiva e tentativa de aproveitar o erro do adversário.
Jorge Jesus retirou Frechaut da equipa ainda no aquecimento, dando mais pendor atacante à equipa com a inclusão de Alan na faixa direita. Disso beneficiou a equipa em rapidez e condução de bola, pois pertenceu ao Braga a maioria do domínio do jogo ao longo de todo o primeiro tempo.
Fazendo uma exímia ocupação dos espaços, matando a criação de jogo do Sporting logo na sua primeira fase, à saída da defesa, onde eram evidentes as dificuldades para colocar a bola no sector intermédio e atacante. Isso fez com que os leões optassem amiúde pelo jogo directo, perdendo a posse de bola por inúmeras ocasiões.
O Sporting, apesar de um 4x4x2 clássico, com Pereirinha e Izmailov nas alas, com a intenção de alargar a equipa adversária e criar espaços de penetração, manifestava claras dificuldades em romper a teia de Jorge Jesus, o que só acontecia esporadicamente em incursões de Pereirinha pela direita.
Do lado oposto, com maior posse de bola, a qual trocava de forma rápida por todos os lados, o Braga acercava-se da área contrária com frequência. Ambas as formações tentavam uma nesga que lhes permitisse chegar às redes e foi o Braga que, por três ocasiões, o conseguiu fazer. De três erros da defesa e meio-campo leoninos, os bracarenses poderiam ter chegado ao golo, não fossem as intervenções de Rui Patrício, plenas de qualidade.
Mas, se Patrício conservava o nulo ao intervalo, fica claramente ligado ao golo do Braga, ao não afastar de forma segura e determinada uma bola de um canto que Meyong, após dois ressaltos, empurrou para a rede.
Golpe rude para a melhor fase dos leões, que, com a entrada de Miguel Veloso para a lateral esquerda, ganhou mais uma fase de criação de jogo. Mas os leões não se deixaram abater e reagiram com garra. E, se nos dois bancos o jogo de técnicos nunca deixou de ser empolgante, com Paulo Bento e Jorge Jesus a passarem pouco mais de um minuto sentados ao longo do jogo, dentro do campo o ritmo ficava frenético.
A igualdade haveria de surgir num belo trabalho do homem que fez esquecer, pela segunda vez na mesma semana, o lesionado Liedson. Um belo trabalho de Derlei chegou para bater a defesa e Eduardo e alcançar a igualdade.
O jogo abriu, deixou de ser tão táctico e os artistas apareceram: Alan e Luís Aguiar, pelo Braga, Rochemback, Derlei e Vukcevic, pelo Sporting, assumiam as despesas atacantes de um jogo cada vez mais aberto e foi de mais uma recuperação de bola, por parte de Luís Aguiar, que o Braga contra-atacou com mestria, deixando Renteria na cara do golo, para este fuzilar o desamparado Patrício. E, como se o golpe não fosse suficiente, três minutos depois, um magistral chapéu de Mossoró, recém-entrado, matou o jogo com o triunfo bracarense a ter um sabor a justiça pelos 90 minutos. E de pouco serviu a bomba de Izmailov, ao cair do pano, a reduzir a diferença.
Excelente actuação de Jorge Sousa, que não teve qualquer influência ao longo da partida.