Estigma de ser mulher no futebol já foi pior, ainda está presente, mas tem tendência a normalizar depois do primeiro impacto.
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Não é só nos relvados, ou no dirigismo, que as mulheres começam a conquistar espaço no mundo do futebol. Há cada vez mais empresárias a agenciar atletas e ainda que algumas tenham aproveitado a “explosão” do futebol feminino para se lançarem, são cada vez mais as que trabalham no futebol masculino. “O futebol foi sempre muito associado aos homens, por isso quando assumi esta profissão sabia que ia ter alguns entraves e muitas lutas”, contou, ao JN, a empresária Estrela Paulo.
O estigma de uma mulher num mundo de homens ainda está bem presente, apesar do caminho percorrido nos últimos anos. “Há situações menos agradáveis, que tento encarar com naturalidade, já me perguntaram se via jogos, se sabia do que estava a falar, se percebia de futebol. Fazem comentários acerca de coisas que sei, porque faço o trabalho de casa, mas acredito que será uma questão de educar as pessoas a habituarem-se a negociar com uma mulher”, acrescentou Lara Silva, empresária recém licenciada pela FIFA, filha de Armando Silva, antigo colaborador de Jorge Mendes, na Gestifute. “Tenho vindo a assumir a carteira de contratos que o meu pai tem, porque ele decidiu não voltar a passar o exame de agente FIFA”, partilhou ainda.