Mundial de Clubes: Abel Ferreira a um passo de agarrar o ouro e ficar na história
Abel Ferreira afirmou-se no Brasil e procura este sábado o título do Mundial de Clubes contra o Chelsea.
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Abel Ferreira chegou, viu e venceu no Brasil. Em duas épocas conseguiu o feito inédito de vencer duas Taças Libertadores consecutivas, uma Taça do Brasil e hoje tem a chance de juntar o Mundial de Clubes ao palmarés, caso vença a final frente ao Chelsea (16.30 horas, Canal 11).
Apesar do sucesso, o técnico encontrou barreiras que, ao mesmo tempo, são algumas das suas valências. Logo ao início, criticou o calendário do futebol brasileiro, mas essa frontalidade na comunicação revelou-se positiva para o plantel. "Demonstrou que era um treinador que dialogava com a comunicação social com um discurso em torno do jogo e não de situações paralelas. Isso criou alguma desconfiança na imprensa, que se foi dissipando quando venceu a Libertadores", explicou, ao JN, Pedro Correia, diretor desportivo do Grémio Anápolis, que defende que só depois da segunda conquista é que "passou a ser visto como um técnico de grandíssima qualidade".
As características da comunicação "trouxeram aspetos muito interessantes a nível tático, que elevaram a qualidade das discussões sobre futebol, num país onde se valoriza mais o resultado", referiu Higor Santos, analista de desempenho.
Abel Ferreira é visto como um estratega, alguém com capacidade acima da média no treino, estudo e preparação dos jogos. "Trouxe novas ideias que se tornaram tendência no Brasil, conseguindo neutralizar os pontos fortes do adversário através de pequenos ajustes. Diferencia-se pelo conhecimento amplo, que deu riqueza ao futebol brasileiro", diz o analista.
Para Pedro Correia, Abel Ferreira é um treinador "muito capaz na estruturação, metodologia e planificação tática do treino e adversário" e passou a ser visto como uma referência. "Alguns técnicos começaram a estudar os adversários e a preparar as equipas da mesma forma, visto que o sucesso desse método ficou provado com os títulos ganhos", salienta o diretor desportivo.
O livro "Cabeça fria, coração quente" lançado por Abel Ferreira, onde aprofunda os procedimentos usados no Palmeiras foi revolucionário e "inédito para a literatura brasileira", assinala Higor Santos, que acredita que a final de hoje "representa a vitória de um profissional sério e qualificado, que elevou o patamar do Palmeiras, que até então era instável".