Festa do Benfica começou em Guimarães, passou pelo Aeroporto do Porto e chegou, em apoteose, ao Marquês de Pombal, em Lisboa.
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Rotundas, praças, avenidas e ruas. Do berço à capital da nação, passando pela Invicta e um pouco por todo o Mundo, qualquer local foi bom para celebrar o título conquistado, este domingo, pelo Benfica. Não se via um vermelho tão vivo há mais de três décadas!
Passavam 34 minutos das 21 horas deste domingo e o vermelhão - autocarro da equipa - deixava o Estádio D. Afonso Henriques e partia para a festa do 34.º título da história do Benfica. Por essa altura, já a nação benfiquista tinha saído à rua para festejar algo que durante 31 anos nunca passou de um sonho: o bicampeonato nacional. Depois de Sven-Goran Eriksson, foi Jorge Jesus a fazer o milagre da multiplicação da festa: segundo campeonato seguido, o dobro da felicidade e um sorriso na cara de milhões de pessoas.
O primeiro banho de multidão aconteceu à chegada ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro. Milhares e milhares de pessoas e muito fogo-de-artifício receberam a comitiva, que, devido a um erro de navegação dos batedores da Polícia, teve de dar uma volta olímpica extra ao exterior do aeroporto, para alegria de todos que, assim, tiveram a chance de ver bem de perto os heróis... mesmo que através das janelas (uma delas partida) do autocarro.
A entrada no aeroporto fez-se pela porta VIP e a alegria dos jogadores dava nas vistas. Jonas aos saltos e a prometer lutar pelo título de melhor marcador, Rúben Amorim a festejar como se fosse a primeira vez e Júlio César de sorriso bem aberto, porque era mesmo a primeira vez (como campeão português) do guarda-redes brasileiro.
O momento mais desejado estava a pouco mais de uma hora de distância. O voo Porto-Lisboa decorreu sem problemas e o Benfica chegou à capital passavam dez minutos da meia-noite. E só havia um caminho possível: em dia de título encarnado todas as ruas não vão dar a Roma, mas sim ao Marquês de Pombal, pequeno para abraçar a nação benfiquista.
Milhares e milhares de pessoas encheram a emblemática rotunda lisboeta - tal como os benfiquistas do Porto povoaram a da Boavista - e aguentaram horas e horas para receber os bicampeões. Com música, fogo-de-artifício e os eternos gritos do "o campeão voltou", o mar vermelho festejou até de madrugada, festejou como não festejava havia precisamente 31 anos.