Seleção feminina de futebol inicia hoje a viagem rumo à Nova Zelândia, onde vai estrear-se na fase final de um Mundial.
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É hoje à noite que as novas “navegadoras” da história do futebol feminino em Portugal partem para os antípodas (Nova Zelândia), iniciando a viagem que irá, a partir do dia 23, transformar em realidade um sonho antigo: a participação num Campeonato do Mundo. A presença no torneio, coorganizado por Nova Zelândia e a Austrália, é a cereja no topo do bolo para uma geração que muito tem contribuído para a crescente afirmação de Portugal, correspondendo a uma aposta séria e segura da federação e dos clubes na última década.
Um dos parâmetros que melhor ilustra essa evolução é o atual 21.º lugar no ranking da FIFA, pois há dez anos era a 42.ª seleção do planeta. Nesse mesmo período, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) conseguiu triplicar o número de jogadoras federadas (futebol e futsal), chegando às 15.414 no fim da época 2022/23.
Se durante o consulado de Mónica Jorge, como adjunta e selecionadora principal - é hoje diretora da FPF -, tratou-se, sobretudo, de assegurar a sobrevivência, tudo mudou com a chegada de Fernando Gomes à presidência da FPF, em dezembro de 2011, e a passagem de Francisco Neto para o comando da seleção, em 2014, ele que já fazia parte da estrutura federativa desde 2009.
O primeiro feito chegou três anos depois, com o histórico apuramento para o Campeonato da Europa de 2017, nos Países Baixos. Foi na secretaria, é verdade, mas Portugal voltou a marcar presença no Europeu seguinte, em 2022 (Inglaterra), substituindo a Rússia, para quem perdera a vaga no playoff, então excluída devido à guerra na Ucrânia. A única vitória nessas fases finais aconteceu em 2017, ao bater a Escócia por 2-1 - empatou com a Suíça (2-2) e perdeu com Espanha (0-2), Inglaterra (1-2), Países Baixos (2-3) e Suécia (0-5).
O caminho até ao Mundial foi atribulado. A seleção falhou a entrada direta e teve de jogar três playoffs de qualificação, a nível europeu e intercontinental, onde a história se fez com a vitória (2-1) sobre os Camarões. O sorteio da fase final voltou a colocar enormes desafios a Portugal, que enfrentará Estados Unidos, Países Baixos e Vietname no Grupo E. Vencer os Países Baixos na estreia, no dia 23, será meio caminho andado para nova página gloriosa, pois, ao contrário das inacessíveis norte-americanas, atuais bicampeãs mundiais, as vietnamitas não devem, em princípio, criar problemas de maior.
AS 23 ELEITAS
Guarda-redes
Rute Costa (Benfica)
Patrícia Morais (Braga)
Inês Pereira (Servette)
Defesas
Ana Seiça (Benfica)
Carole Costa (Benfica)
Catarina Amado (Benfica)
Diana Gomes (Sevilha)
Joana Marchão (Parma)
Lúcia Alves (Benfica)
Sílvia Rebelo (Benfica)
Médios
Ana Rute (Braga)
Andreia Norton (Benfica)
Andreia Jacinto (Real Sociedad)
Dolores Silva (Braga)
Fátima Pinto (Alavés)
Kika Nazareth (Benfica)
Tatiana Pinto (Levante)
Avançadas
Ana Borges (Sporting)
Ana Capeta (Sporting)
Carolina Mendes (Braga)
Diana Silva (Sporting)
Jéssica Silva (Benfica)
Telma Encarnação (Marítimo)