Minhotos jogam em campo pelado, mas acreditam que o melhor está para vir. Um clube onde a carolice ainda impera
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A ACRD Nespereira tem campo próprio, mas, a par do Castelões, é uma das equipas do concelho que Guimarães que disputam os campeonatos distritais da AF Braga, cujo terreno de jogo ainda é pelado.
O presidente Joaquim Pereira não desiste de dotar o campo da Arrochela com uma nova imagem, reconhecendo que a ausência de um sintético complica o crescimento desportivo. “Quer o clube, quer a Câmara municipal de Guimarães, estão empenhados em colocar um relvado. Aguardamos que alguns aspetos burocráticos sejam ultrapassados, porque é muito difícil fazer uma época com estas condições. É difícil cativar jogadores e jovens, quando todas as outras equipas já possuem melhores condições”, assume.
“Já contava ter sintético em 2020, mas veio a pandemia e atrasou isto tudo. Aproveito para deixar um agradecimento profundo a vários diretores que andam à chuva, no meio da lama, que passam e marcam o campo e que lavam os equipamentos. São pessoas que não aparecem nas fotografias, mas elas é que são o fundamento da associação. O Nespereira só existe, porque há gente que paga para trabalhar. Utilizam os carros e os telemóveis próprios para ajudarem o clube”, reconheceu.
A obra, segundo o responsável máximo, é crucial para o crescimento da formação. “Somos resilientes e acredito que vamos ter uma casa digna. Estou empenhado nisso. O importante é criar condições, até porque será mais fácil trazer jovens para o clube e para a freguesia. Numa área de cinco quilómetros, temos Moreirense, Vizela e Vitória. A concorrência é feroz, mas é possível ter camadas jovens. Queremos atrair jovens, mas precisamos de um sintético”, justificou.
No último lugar da série E da primeira divisão da AF Braga, com cinco derrotas em igual número de jogos, o treinador Tiago Oliveira não faz drama com os resultados. “Partimos em desvantagem para cativar o jogador moderno, que já escolhe outras condições. Felizmente, somos um clube diferente. Há jogadores que gostam do clube e da freguesia e que trabalham em prol da coletividade. Se o clube já cativa jogadores sem sintético, o salto será quantitativo quando tiver um relvado. Nessa altura, sei que a oferta será elevada”, rematou.