Candidato pretende corte radical com o passado e garante que vai dar estabilidade
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No ato eleitoral, agendado para 25 de outubro, João Noronha Lopes apresenta-se novamente na corrida depois de ter concorrido em 2020 contra Luís Filipe Vieira e ter atingido os 34,71% dos votos. Promete competência e um corte total com o passado.
José Mourinho é o novo treinador da equipa de futebol, substituindo Bruno Lage. Se não estivéssemos a cerca de um mês das eleições, acredita que Rui Costa teria tomado a decisão de contratar um treinador com este perfil? Além disso, Mourinho está dentro dos padrões que deseja?
É um treinador vencedor, eu serei um presidente vencedor e criarei todas as condições para Mourinho ganhar. Rui Costa teve todas as oportunidades para ter um projeto desportivo e um projeto de futebol vencedor. Teve uma maioria larguíssima e não conseguiu usar essa maioria. O problema não está nas pessoas que saem, mas naqueles que ainda estão no Benfica. E essa pessoa é Rui Costa. Nós ganhámos um campeonato em quatro. E o que faz mais confusão na presença de Rui Costa não é que se vão cometendo erros aqui e ali, porque todos nós não acertamos sempre. O que me faz muita confusão é que não se aprendam com os erros.
Devia Rui Costa ter falado com os outros candidatos antes de tomar a decisão?
Acho que Rui Costa tem a legitimidade, enquanto presidente, de tomar decisões. O que tem faltado a Rui Costa não é falar com os candidatos, aquilo que tem faltado é ouvir os sócios e explicar as suas decisões. Andou desaparecido durante semanas, nessas semanas o Benfica perdeu quatro finais. Rui Costa normalmente viria explicar o mercado, este ano não será por acaso que não o veio fazer. Devia explicar o seu projeto e porque muda de treinador todos os anos. Deve explicar, também, porque há um carrossel de jogadores todos os anos, explicar quais são os seus critérios de investimento e qual a sua estrutura.
Relativamente à sua candidatura, as razões que o levaram a avançar agora diferem muito das que o levaram a candidatar-se, há cinco anos?
Em 2020, como agora em 2025, a minha candidatura é de futuro. O Benfica não pode ser mudado pelas pessoas que lá estão há 20 anos. Queremos um projeto novo, temos que obviamente fazê-lo com pessoas que venham de fora. Eu não estou aqui a cair de paraquedas, eu tenho um projeto para o Benfica, que está a ser trabalhado há praticamente um ano. Quero uma cultura de vitória e recuperar a identidade do Benfica, ter uma Direção que seja coesa e este ponto é muito importante. Durante o mandato de Rui Costa houve mais demissões nos órgãos sociais do que títulos. O que garanto aos benfiquistas é que as pessoas que vão estar comigo são profissionais de excelência nas suas áreas.
A aposta na formação será prioritária?
Acho, obviamente, que o Benfica, como qualquer clube, vai ter sempre que vender jogadores, mas tem de criar as condições para vender os jogadores mais tarde e fazer com que eles tenham sucesso no Benfica antes de ter sucesso lá fora.
Como será a política financeira?
Temos de pôr a casa em ordem. Nestes quatro anos, o que é que nós vemos? Os custos operacionais aumentaram 47% no total do mandato, os fornecimentos e serviços externos aumentaram brutalmente. Os resultados operacionais sem transações de atletas são em média de menos de 15 milhões de euros por ano. O resultado líquido é negativo, numa média de sete milhões de euros por ano. O passivo aumentou durante este mandato 25%. Benfica District? O Benfica não precisa nem de centros comerciais, nem de hotéis. Precisa de aumentar essa capacidade do estádio e de modernizar o seu estádio. Tenho um estudo prévio que foi feito por uma das maiores empresas de construção que prevê o aumento da capacidade para 83 mil lugares. v