Há cinco anos, Wesllem não diria que em 2017 continuaria a fazer vida no Chipre. E com razão. Afinal, preparava-se para aterrar num país "completamente desconhecido" e com ares tão diferentes dos respirados em Portugal. "No início, senti que estava noutro mundo. Tudo era diferente, a cultura, o clima... Na realidade, nunca julguei estar cá tantos anos", confidencia o jogador português, ao JN. Mas também por lá o tempo é o melhor remédio e as diferenças foram ficando pelo caminho.
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Hoje, Wesllem até agradece o clima demasiado dado ao calor e já não estranha o facto de ter que conduzir pela esquerda, uma das marcas que resistem e lembram a mão inglesa na ilha que a história não apaga. "Apesar de ser muito calor no verão, o clima é muito bom, posso ir à praia de abril até outubro (risos), o stresse é mínimo, as praias são paradisíacas, as pessoas respeitam-me e tratam-me bem. Estou cá sozinho, mas a verdade é que posso dizer que tenho cá uma segunda família", revela o futebolista, de 32 anos: "A qualidade de vida que este país me proporciona é o que mais me faz continuar por cá", acrescenta.
Em Paralimni, onde está instalado de armas e bagagens, Wesllem entende-se com uma pacatez que às vezes é demasiado aborrecida e com um desapego à pressa capaz de contagiar o mais desenfreado dos humanos. "Aqui, costumam dizer que a palavra que mais se ouve é amanhã... Deixa-se tudo para amanhã", completa, entre risos.
Passe Curto
Nome António Wesllem de Sousa Monteiro
Clube Anagennisis Dheryneias
Idade 32 anos (21/04/1985)
Posição Avançado
Um copo... pela renovação
O fanatismo não se cansa de dar azo a episódios caricatos. E Wesllem não vai esquecer aquele barman... "Fui pedir uma bebida e quem estava a servir era um adepto do clube em que jogo, que disse que não me serviria nenhuma bebida se eu ainda não tivesse renovado. E só me serviu quando eu disse que sim", recorda, a rir.
Aprender o grego só na escola
O facto de estar num destino turístico, onde "toda a gente fala inglês", não o obrigava a tal, mas Wesllem meteu-se em trabalhos para falar o grego cipriota. "Já me desenrasco bem, mas tive que ter dois anos e meio de aulas para começar a falar alguma coisa ou não
ia aprender quase nada", reconhece o jogador.