Depois de Benfica (Portugal) e de PSG (França), também o Nápoles (Itália) sofreu, quarta-feira, a primeira derrota no respetivo campeonato nacional. Assim, em apenas seis dias, deixou de haver equipas invictas nas dez principais ligas europeias de clubes.
Corpo do artigo
A retoma das ligas europeias de clubes, após a disputa do Mundial 2022, revelou-se fatal para as únicas três equipas que, antes da pausa na competição, ostentavam o estatuto referente à invencibilidade nos diferentes campeonatos nacionais.
Nas dez principais ligas europeias, antes da paragem das provas, só Benfica (Portugal), PSG (França) e Nápoles (Itália) estavam invictos, mas agora já não há formações imbatíveis.
O Benfica foi o primeiro clube deste trio a tombar. Na sexta-feira, dia 30 de dezembro, a equipa lisboeta perdeu na deslocação ao reduto do Sporting de Braga (0-3), em jogo da 14.ª jornada da Liga portuguesa. Ainda assim, as águias conservaram a liderança do campeonato, agora com mais cinco pontos do que o F. C. Porto. Os encarnados são a equipa que menos vezes perdeu na prova (uma vez).
Dois dias depois (1 de janeiro), foi a vez do PSG cair. O campeão francês, que no primeiro jogo após a retoma batera em casa o Estrasburgo por 2-1, perdeu na visita ao Lens (1-3), segundo da tabela, em encontro da 17.ª jornada. Os parisienses continuam na frente, agora com sete pontos de avanço. PSG e Lens são as equipas com menos derrotas em França (uma cada).
Entretanto, nesta quarta-feira (4 de janeiro), o Nápoles, que era o último resistente, também caiu, na retoma da Serie A de Itália, em jogo da 16.ª jornada. O líder do campeonato perdeu em Milão frente ao Inter (0-1), tendo agora cinco pontos de vantagem, face ao AC Milan. Contudo, os napolitanos são a equipa com menos derrotas na competição (uma).
Relacionar a paragem com a perda de rendimento não é tarefa simples, defende, ao JN, Manuel Machado, treinador de futebol. "O paralelismo e a coincidência existe, mas arranjar uma razão objetiva, não é fácil. Há coisas que acontecem por coincidência sem se encontrar uma razão comum", faz notar.
"As paragens são boas para quem está a perder, não para quem está a ganhar. Nenhuma dessas equipas tinha perdido jogos, a quebra competitiva pode levar a baixa de fatores como a concentração. Quem perde pode recondicionar o trabalho, fazer uma pré-época e trabalhar o que está menos bem, corrigindo determinados aspetos. Permite tornar a retoma num processo de rendimento", acrescenta Manuel Machado.
No Mundial 2022, o Benfica teve seis jogadores, o Nápoles três e o PSG 11. "Isso pode ter dispersado a concentração e a preparação", realça aquele treinador, concluindo: "Há uma diferenciação na perturbação de uma paragem tão longa. Para se recuperar isso é só com vitórias".
Nas restantes sete ligas europeias que integram o ranking das dez mais cotadas do velho Continente, já não havia equipas invictas. Em Espanha, Real Madrid e Barcelona são os melhores (uma derrota cada). Em Inglaterra, Arsenal e Newcastle averbaram uma derrota cada. Na Alemanha, apenas o Bayern tem uma derrota. Nos Países Baixos, o Feyenoord é o menos batido (uma derrota). Na Escócia, o Celtic tem uma derrota, enquanto na Áustria o Red Bull Salzburgo e o Strum Graz têm uma derrota cada. Na Bélgica, o Genk é o melhor neste capítulo, com duas derrotas averbadas.