Guilherme Farinha está na Costa Rica, onde já ganhou dois títulos como diretor desportivo.
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É um nómada da bola, mas Guilherme Farinha prefere o rótulo de "globetrotter", o que também está bem visto. Afinal, construiu carreira em cinco países de quatro continentes. "E ainda vou trabalhar no continente que me falta, a Oceânia", promete, em conversa com o JN. Para já, aos 61 anos, faz vida ali entre "o Oceano Pacífico e o Oceano Atlântico".
"A Costa Rica é um país com um clima tropical, montanhoso, cheio de verdura, praias, belas paisagens e com muitos animais exóticos", adianta. À primeira vista, um paraíso separado de Portugal por infinidades de mar, mas o entusiasmo logo esmorece pelo olhar mais aprofundado. "O país tem como lema "Pura Vida", mas não coincide com a realidade", lamenta.
Exemplos? "Muitas coisas. Poluição sonora e de gases dos escapes dos carros e das motas, muitas mortes por assassínios por causa da falta de segurança e também morre bastante gente em acidentes rodoviários: parece que as pessoas não aprenderam a conduzir", atira o agora diretor desportivo, revelando ainda uma particularidade, digamos, saudável: "Não se pode fumar em nenhuma parte".
No meio de 4,5 milhões de habitantes, Guilherme Farinha só não se habitua à "indisciplina horária". "De resto, a maioria é boa gente e tenta levar uma vida calma, sem stress", resume. As saudades de casa disfarçam-se com "dois amigos portugueses", mais difícil é matar a fome à boa maneira lusitana: "Só falta haver restaurantes de comida portuguesa".
Fotos e desculpas policiais
Se Portugal lhe "fechou as portas", Guilherme Farinha encontrou toda a atenção do mundo na Costa Rica. Talvez até em demasia. Mas é o outro lado da moeda de um mediatismo alicerçado em dois títulos conquistados por lá. "Quando vou a um centro comercial, nunca sei a que horas vou sair porque são tantas as pessoas que me pedem autógrafos e fotografias... E também já aconteceu a Polícia de Trânsito mandar-me parar para me pedir os documentos, mas ao verificarem que é o Guilherme Farinha pedem-me desculpa", relata, entre risos. De Guiné-Bissau, Paraguai, Irão e Guatemala ficam "histórias que davam para escrever um livro" e duas certezas: "Não gostaria de regressar à Guatemala e voltaria com muito gosto ao Paraguai".
Passe Curto
Nome Guilherme Adolfo de Almeida Farinha
Clube Academia Wilmer Lopez/A. D. Carmelita/SCP
Idade 61 anos (11/2/1956)
Função Diretor desportivo