
Rafael Marchante/REUTERS
Portugal defronta esta noite a França em busca de um título europeu inédito. Fernando Santos quer cumprir premonição e Cristiano Ronaldo entrar, outra vez, para a história do futebol.
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Este é o momento. Os corações portugueses vão bater cada vez mais forte até às 20 horas, quando a bola começar a rolar no Stade de France, em Saint-Denis, palco da final do Euro 2016.
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O mundo português vai parar, embalado pelo sonho idealizado pelo engenheiro Fernando Santos e transformado em realidade por uma equipa em que todos são operários, todos são estrelas, e que tem um capitão que faz dos recordes uma forma de viver. Que o fado luso contra a França se transforme numa festa nunca antes vista das cores nacionais que pintam o Mundo.
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"Não somos 11, somos 11 milhões". O slogan da Federação Portuguesa de Futebol serviu de hino para o Euro 2016 e só peca por defeito. Há estudos que apontam que, com emigrantes e respetiva descendência até à terceira geração, estejam espalhados pelo planeta mais de 31 milhões de portugueses de coração. É por eles, e pelos tais quase 11 milhões que habitam este país à beira-mar plantado, que a seleção joga esta noite com a França, num duelo cheio de história e com muitas estórias para contar. Os emigrantes radicados em França, esses, são quase a alma desta seleção. A maior comunidade portuguesa fora de Portugal sente o hino e as cores nacionais como ninguém, e para eles o encontro desta noite é mais que um jogo de futebol. É um duelo de honra frente ao país onde trabalham, onde vivem, uma forma de transformar a tão portuguesa saudade num orgulho imenso.
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E a festa que todos esperam para a noite deste domingo esteve quase a acontecer em 2004. A Grécia estragou os planos, claro, mas o tempo devolveu a oportunidade a Portugal e o destino quis que esta segunda chance fosse em pleno recinto de um rival que, até hoje, só deu tristezas a Portugal. Quem se esquece das três meias-finais perdidas para os franceses, em 1984, 2000 e 2006? Mas a história e a estatística de nada valem num jogo de futebol, como lembrou, e muito bem, Fernando Santos na antevisão do jogo. São 90, ou 120, minutos para que o selecionador nacional possa cumprir a profecia feita quando quase ninguém acreditava na presença nos oitavos de final, quanto mais no jogo decisivo...
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Mas há equipa, há alma e, claro, há Ronaldo. Em 2004, o miúdo, que ainda não era CR7-estrela-mundial, chorou no relvado da Luz depois da derrota com a Grécia. Doze anos e muitos recordes depois, Ronaldo tem a chance de levantar o troféu mais desejado e, se calhar, merecido por todos os portugueses.
