Aos 33 anos, João Sacramento é um dos adjuntos mais conceituados do Mundo e nunca trabalhou em Portugal.
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Imaginando um cenário hipotético em que o Paris Saint-Germain, por fim, dá sentido a todos os milhões investidos e conquista a Liga dos Campeões em 2022/23, será impossível apagar a influência portuguesa nesse feito. Luís Campos, claro. O homem que já fez história no Mónaco e no Lille é o novo cérebro do projeto e chegou a Paris, supostamente pela indicação de Mbappé, para revolucionar a política desportiva do clube e dar-lhe mais critério na escolha dos jogadores e do treinador. Mas também João Sacramento, recrutado para ser o número dois de Christophe Galtier e que, atualmente, é um dos treinadores adjuntos mais conceituados do futebol europeu. Já passou por Mónaco, Lille, Tottenham e Roma, e agora vai trabalhar com Mbappé, Messi, Neymar e companhia. Aos 33 anos...
Galtier não é, portanto, o único nem o primeiro treinador a tirar proveitos da assistência de Sacramento - algo que até já aconteceu no Lille. Claudio Ranieri, Leonardo Jardim, Marcelo Bielsa e José Mourinho são outros que contaram com o interesse e conhecimento de alguém que, desde cedo, se destacou pela atenção aos pormenores táticos, pelo estudo do jogo, pela inovação no treino e nos exercícios e pela audácia nas abordagens estratégicas. O elo que une tudo isto é Luís Campos, um dos primeiros em reconhecer competência e potencial ao agora adjunto do PSG. Levou-o para o Mónaco, contratou-o para o Lille e, fruto da amizade e da ligação que os une, convenceu Mourinho a apostar em João Sacramento, quando rumou ao Tottenham. Na Roma, a parceria desfez-se ao fim de alguns meses.
Início no... País de gales
Para além de França, Inglaterra e Itália, João Sacramento, que nunca trabalhou em Portugal, andou pelo País de Gales. Foi lá, aliás, que alimentou e amadureceu a ideia de um futuro ligado ao futebol. A falta de cursos específicos relacionados com a modalidade em Portugal levou-o para terras britânicas, mesmo contra a vontade dos pais, que lá acabariam por se resignar. Candidatou-se, entrou e estudou na Universidade de Glamorgan, e não demorou a destacar-se. "Ele vive e respira o jogo. O futebol é a vida dele", comentou, à "BBC", David Adams, um ex-professor.
Pouco tempo depois, Sacramento estava a trabalhar para a federação galesa e a fazer análises para a seleção principal, na altura comandada por Gary Speed. Também trabalhou na formação do Cardiff e elaborou relatórios para a federação argentina durante o Mundial de 2014. Estava destinado.