Avançado sente-se muito confortável após ter rescindido com o Manchester United. Fez plano específico para estar em forma.
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Portugal estreia-se hoje no Mundial frente ao Gana, num jogo onde os olhos estarão focados em Cristiano Ronaldo, que promete apresentar-se ao melhor nível num palco repleto de grandes emoções e mostrar que é uma das grandes estrelas da prova. Ao que o JN apurou, o avançado está confiante e sente-se muito mais confortável do ponto de vista psicológico, depois de ter rescindido contrato com o Manchester United, um peso que carregou nos ombros nas últimas semanas por não se sentir acarinhado no clube.
O processo demorou alguns dias a ser concluído, mas terminou da forma que o avançado português tanto desejava: sair do Manchester United, depois de ter feito críticas contundentes aos "red devils" e ao treinador, na entrevista concedida ao jornalista Piers Morgan. Ronaldo volta a ter a motivação que sempre o caracterizou, ainda para mais sendo um jogador livre e que procura clube para jogar a partir de janeiro.
"O Cristiano não falou comigo sobre a decisão dele. É algo pessoal. Toda a gente aqui está focada na seleção portuguesa e no Mundial. Não estou preocupado com o futuro ou com as decisões do clube. [Cumprimento frio?] Eu não reagi mal com o Cris, ri-me... Estive duas horas dentro de um avião e a minha disposição não estava tão boa como a dele" (Bruno Fernandes)
O capitão da seleção lusa chega ao Catar com 21 jogos, 1438 minutos, apenas cinco golos e três assistências. Por ter sido pouco utilizado no United, cumpriu um plano específico de treino para estar bem fisicamente, fazendo uma espécie de pré-temporada antes de começar o Mundial. Apesar de não jogar desde 6 de novembro, o avançado, de 37 anos, terá recuperado o caminho perdido com o objetivo de ser uma das figuras da competição. Ontem à tarde, no centro de treinos da seleção portuguesa, voltou a entrar muito sorridente e visivelmente bem disposto, o que reforça a ideia que a saída do Manchester United está a ser um bálsamo.
Hoje, às 16 horas (TVI e Sport TV1), Ronaldo vai tornar-se num dos poucos jogadores da história a participar em cinco mundiais e se marcar é o primeiro a fazê-lo nessas fases finais.
"[Rescisão de] Ronaldo nem sequer foi falada. Não ouvi nenhum comentário nos treinos, na viagem, no espaço em que os jogadores estão juntos no hotel. Ainda há bocado estavam 20 a ver o Marrocos-Croácia e não ouvi nenhuma conversa. Não é tema, não é assunto, nem do próprio"
No plano geral, Portugal vai tentar, pela primeira vez desde 2006, vencer um jogo inaugural num Campeonato do Mundo. Em 2010, na África do Sul, ficou-se por um nulo com a Costa do Marfim, depois foi goleado pela Alemanha (0-4), em 2014, no Brasil, e na Rússia, em 2018, empatou com a Espanha (3-3). Um cenário que a equipa das quinas precisa de inverter para começar com o pé direito.
Já Fernando Santos, na condição de selecionador, enfrenta um teste de fogo: depois da prestação aquém das expectativas no Euro 2020 e da qualificação falhada para a final four da Liga das Nações, derrotar o Gana pode ser a melhor maneira de espantar fantasmas.
Ecos das quinas
Nuno Mendes recuperado
Ausente na véspera, devido a fadiga muscular, Nuno Mendes treinou ontem sem limitações e deve ser opção inicial com o Gana. Os 26 elementos convocados estão à disposição de Fernando Santos.
Mil adeptos nas bancadas
São esperados cerca de mil portugueses nas bancadas do Estádio 974, hoje à tarde, em Doha, a que se vai acrescentar o apoio de adeptos de outras nacionalidades, como a dos cataris.
Coentrão arrasador
O antigo internacional português saiu em defesa de Ronaldo: "É uma vergonha o que tem acontecido. Há ex-jogadores que foram uma m**** e falam do Ronaldo como se tivessem sido alguma coisa".
Meta de 50 jogos
Titular na partida de hoje, Bruno Fernandes vai cumprir a 50.a internacionalização ao serviço da seleção portuguesa. A estreia ocorreu em novembro de 2017, pela mão de Fernando Santos.