O senhor Académica de Leça, que descobriu Vítor Baía e Domingos, passa o testemunho
Fernando Santos, que ajudou a levar Vítor Baía e Domingos Paciência para o F. C. Porto, deixa cargo de presidente, ao fim de 58 anos, mas coloca o clube de coração “em boas mãos”.
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A vida. É "só" isso que Fernando Santos tem dedicado à Académica de Leça. Tudo por paixão e carolice, sempre feliz por ter crianças à beira e já lá vão 58 anos. Fundador do clube, a paixão só é superada pela que tem por Conceição, sua mulher, que se juntou desde o início a esta aventura, que fez de ambos coração e alma do clube. A espontaneidade com que Domingos Paciência o descreveu ao JN desarma qualquer um de tão genuína: "Foi muito importante no crescimento e na educação de muitas crianças, não era só jogar futsal, mas também os valores que ele nos passou e que ficam para a vida".
Dizer que muitos jovens daquela altura olham para ele como um segundo pai será o maior elogio que se lhe pode fazer, ainda que o próprio Fernando Santos procure repartir os louros. "Durante estes 58 anos, tive alguns miúdos que faziam da minha casa a segunda casa deles. O Domingos foi um deles, porque tinham mais dificuldades. Se dizem que sou um segundo pai fico, obviamente, comovido com isso. Mas tenho muita gente no clube que me tem ajudado, dirigentes, treinadores e até pais", comentou.