Veio dar mais um passo na evolução do design e trouxe versatilidade à marca. É perfeito? Não, o Suunto Spartan Ultra não é perfeito. Agora, uma coisa ninguém lhe tira: é elegantérrimo...
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Fomos desafiados pela Suunto a dizer o que pensamos do seu mais recente topo de gama. E abusámos. Levámo-lo para a Terra Santa e baralhámos-lhe os parâmetros. E o Spartan Ultra não resistiu.
Mas comecemos pelo que nos pareceu ser este belo brinquedo. No que diz respeito ao hardware, é leve, confortável, tem um design bonito e menus muito intuitivos. O ecrã tátil confere-lhe muita simplicidade, já irreversivelmente habituados que estamos aos smartphones (e não digam que é mentira, que atire a primeira pedra aquele que não tiver cruzado um bom velho tijolo da Nokia - acabou, já não é publicidade - e não tenha desatado à porrada no ecrã com todos os dedos...), embora exija algumas horas de habituação. Neste particular, o facto de qualquer ordem ter que ser dada com o botão lateral central pode parecer aborrecido, mas visa evitar enganos e ativações indesejadas com o toque. A visibilidade da informação também exige habituação, dada a pequenez da informação. Em compensação, a retroiluminação do ecrã é adequada, mesmo debaixo de sol.
O material parece resistente e é pratico até quando se trate de limpar e a bateria revela uma boa performance. Aguenta até às três semanas em uso diário e várias horas no modo gps mais rigoroso.
Aproveitando o tema gps, destaca-se a rapidez com que deteta o sinal, mas - e aí está o resultado do stresse a que sujeitámos o Spartan Ultra - perdeu-se completamente em determinadas circunstâncias. Terá sido um erro ocasional? Impossível determinar. Mas a verdade é que nos colocou a pedalar sobre o Mar da Galileia, qual Cristo. Ou andar sobre as águas é feito comum por ali ou o nosso Suunto não gostou de se sentir abaixo do nível do mar... Adiante, no mar morto, ainda mais abaixo do metro zero, repetiu a façanha. No regresso a casa, o primeiro exercício de corrida também ficou registado com dois quilómetros extra. Ainda viria santo, mas depois passou-lhe. Conversámos com quem conhece o brinquedo e obtivemos respostas mitigadas: uns dizem que o gps nunca lhes falhou, outros que na verdade lhe acontecia correr mais longe do que quem o usa...
Tirando essas falhas, portou-se com rigor em várias modalidades, corrida em estrada, trekking, bicicleta e natação em águas abertas, apresentando uma excelente versatilidade desportiva.
Depois do uso surge outro ponto negativo: a sincronização com a aplicação Suunto Movescount, no telemóvel, é lenta. Muito lenta. Além disso, a própria aplicação é muito pobre, merecendo uma aposta de desenvolvimento. Vale apenas pelo pequeno filme do percurso, que já nem é novidade.
De realçar, por fim, a conectividade com o telemóvel, no que diz respeito a notificações, tornando o Spartan num artefacto útil e perfeitamente adequado ao uso diário, não chocando com nenhum estilo.
Um senão: o preço. O Suunto Spartan Ultra arranca nos 555 euros sem banda de frequência cardíaca (preço mais baixo encontrado online).