O Rali de Portugal está de volta a casa. Depois de 14 anos de ausência, o Norte do país volta a receber a prova do Mundial WRC e as grandes estrelas da terra batida levam a emoção a 13 concelhos e a muitas dezenas de milhares de espectadores, que vão encher as zonas espetáculo definidas pela organização.
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E se, a nível desportivo, todos os olhos vão estar postos em Sébastien Ogier, e na busca de recorde do campeão do Mundo, a segurança é a grande preocupação daquele que quer voltar a ser o melhor rali do Mundo.
As máquinas vão esta quinta-feira para a estrada e mesmo que o primeiro dia seja tudo menos decisivo nas contas finais do Rali de Portugal, não é menos verdade que se vai assistir a um dos momentos mais espetaculares do evento. Depois da partida simbólica em Guimarães, às 18 horas, a caravana segue até ao Circuito de Lousada onde se disputa a Superespecial. São pouco mais do que três quilómetros, é verdade, mas é a oportunidade de ver os WRC em percurso fechado e em luta direta - correm dois carros ao mesmo tempo.
Depois da zona dos Jerónimos ter recebido grandes espetáculos nos últimos anos, quando o rali se disputava no Sul, a pista de Lousada vai dar um pequeno exemplo do que será a loucura neste regresso ao Norte. O circuito vai ter lotação esgotada, com 25 mil pessoas nas bancadas, uma amostra do que é esperado para os próximos três dias.
O público sempre foi, aliás, o ponto mais forte e mais fraco do rali em versão nortenha. Se a grande maioria dos amantes do desporto automóvel está nesta zona do país, isso acarreta grandes preocupações com a segurança. As invasões para ver as especiais sempre foram uma constante e acabaram por ditar a saída do Rali de Portugal do calendário mundial em 2001. Nesse ano, a preocupação era tirar o "povo" dos troços a tempo dos carros passarem, algo que, agora, é impensável. Aliás, a organização e as autoridades já avisaram que não vão permitir qualquer tipo de excesso. Assistir, ao vivo, às especiais vai ser permitido, apenas, nas zonas espetáculo criadas para o efeito e, segundo avançou fonte da Guarda Nacional Republicana (GNR) ao JN, na edição de ontem, não haverá qualquer tolerância para exageros: quem desobedecer às ordens da autoridade, arrisca-se a ouvir voz de prisão. A FIA não tolera comportamentos de risco e qualquer problema grave de segurança pode ditar o adeus de Portugal ao Mundial de ralis.
O francês voador
Do ponto de vista puramente desportivo, o Rali de Portugal tem sido quase sinónimo de Sébastien Ogier. O campeão do Mundo em título e líder do campeonato já tem quatro triunfos no currículo e está a um de igualar o recorde de Markku Alen, que venceu cinco vezes em Portugal. A superioridade da Volkswagen até agora no Mundial - três vitórias em quatro ralis - dá ainda mais otimismo ao piloto francês, que terá debaixo de olho os companheiros Jari-Matti Latvala e Andreas Mikkelsen. Mas o principal perigo pode vir dos Citroën de Mads Ostberg e Kris Meeke.