A escolha de pneus de Sebastien Ogier (Volkswagen) na sexta-feira decidiu a primeira etapa do Rali de Portugal e a falta de escolha de Mikko Hirvonen (Ford), este sábado, decidiu a segunda etapa e previsivelmente o resultado final.
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O francês, campeão do Mundo de ralis, assumiu-o e este sábado insistiu na explicação. Na sexta-feira, a abrir um dia em que até estava na liderança, decidiu colocar pneus duros no Volkswagen Polo-R WRC. Pagou caro. Perdeu o primeiro lugar para Dani Sordo (Hyundai), eventualmente recuperou-o mas acabou por perdê-lo outra vez, pelo excelente andamento do finlandês Mikko Hirvonen (Ford Fiesta RS WRC), equipado com pneus macios.
Ogier diria mais tarde que pensou que os troços algarvios estavam mais secos do que estavam na realidade e as equipas que apostaram no contrário capitalizaram. Mas com um custo: usaram todos os pneus macios na primeira etapa, à espera que o tempo quente do Algarve secasse os troços para hoje.
Não secou. Pelo menos tanto como seria aconselhável para pneus duros. Por isso hoje foi ao contrário: Ogier, com pneus macios poupados de sexta-feira, rapidamente mostrou o porquê de ser o campeão, somou vitórias nas classificativas e na PEC11 (Santa Clara 2) obteve a 200.ª vitória da Volkswagen em 307 especiais disputadas. E seguiu pela tarde fora a melhorar a estatística, até chegar a Faro com 38,1 segundos de vantagem para o segundo que lhe permitem gerir a última etapa, no domingo.
Quanto a Hirvonen teve de usar macios usados, chegando ao fim das classificativas com os pneus quase lisos (slicks).
"Não podia fazer mais, uma vez que já não tinha pneus macios. [...] Parece que a luta está perdida, agora vamos tentar segurar o segundo lugar e fazer pontos na Powerstage. Gostaria de lutar mais este fim de semana, mas não conseguimos", disse um resignado Mikko Hirvonen no final da última classificativa.
Já o francês, que venceu o Rali de Portugal em 2010, 2011 e 2013, apresta-se para vencer a edição deste ano. Referindo que "nem sequer puxou ao máximo" nos troços de hoje, Ogier salientou a importância de ganhar em Portugal para as contas do título.
"O mais importante é ganhar o Rali, porque se o ganharmos damos um bom impulso no Mundial [de pilotos]", disse Ogier.
No arranque da etapa final é um Citroen que surge em terceiro lugar. O norueguês Mads Ostberg também tem pneus macios "para dar e vender", como referiu no final do dia, mas beneficiou do abandono do estónio Ott Tanak (Ford) e de alguns problemas nos Hyundai, que têm vindo a surpreender com bons andamentos.
O vice-campeão do Mundo, o belga Thierry Neuville teve de "arrastar" o Hyundai i20 WRC até ao parque de serviço, com um braço da suspensão traseira partido a duas classificativas do fim do dia. Começou o dia em quinto, a 1.20,1 minutos do primeiro, e terminou em nono, a mais de sete minutos.
O seu colega de equipa, o espanhol Dani Sordo (sempre muito apoiado por um contingente de conterrâneos), manteve um quarto lugar, a 20 segundos do terceiro e com o carro a perder água ao longo de todo o dia.
A três classificativas do final do Rali de Portugal, a ordem foi restabelecida: o campeão do Mundo, Sebastien Ogier, e a Volkswagen estão na frente da prova, com uma vantagem que leva o segundo a apenas querer conservar essa posição.
Nas três provas já concluídas do Mundial, a Volkswagen ganhou todas: Ogier venceu em Monte Carlo e no México, Jari-Matti Latvala ganhou na Suécia.
O polaco Robert Kubica voltou hoje a despistar-se, como tinha acontecido na sexta-feira, e acabou por desistir.