Terminou da pior forma o jogo entre as equipas sub-19 do Valonguense e do Sobrado, da série 4 da segunda divisão da categoria da Associação de Futebol do Porto, com cenas de agressões entre os atletas, que precipitaram sete expulsões aos 90+5 minutos.
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Uma picardia entre dois jogadores, do Valonguense e do Sobrado, terá servido de rastilho, para uma série de escaramuças e agressões entre os atletas, que só foi sanada com a pronta intervenção dos elementos das duas comitivas e dos agentes da autoridade presentes no recinto.
Os incidentes, que se resumiram ao terreno de jogo, e que foram divulgados em vídeos que já correm nas redes sociais, serão agora analisados pela Comissão de Disciplina da A. F. Porto, que promete ter mão pesada perante o combate à violência no Desporto.
Os responsáveis dos dois clubes já assumiram os erros dos seus atletas e garantem que, internamente, também haverá lugar a punições pela respetiva conduta, deixando claro que entre as comitivas não houve qualquer problema.
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Mais visada nas expulsões, com cinco atletas a receberem o cartão vermelho na sequência do incidente, a que se juntou um outro, por acumulação, no decorrer da partida, a equipa Sobrado reconheceu que o comportamento dos atletas "envergonhou" o clube.
"Os nossos atletas que estiveram evolvidos, além do castigo que poderá vir da A. F. Porto, também serão alvo de medidas internas. Esta não pode ser a imagem do clube. Senti-me envergonhado e não posso permitir que tal aconteça no campo de futebol", disse ao JN Pedro Fonseca, treinador da equipa do coordenador da formação.
O responsável do Sobrado revelou-se, no entanto, "injustiçado" por também ter sido expulso na sequência dos incidentes, garantindo que foi apenas "tentar separar a confusão" e que "não agrediu ninguém".
"Ao contrário do que se ouve nos vídeos gravados na bancada não tive qualquer conduta violenta. Assim que se deu o incidente corri para separar os atletas. No final, os próprios responsáveis do Valonguense reconheceram isso mesmo na presença dos agentes da PSP. Tudo ficou sanado", acrescentou o técnico.
Pedro Fonseca garantiu que quando confrontou os seus atletas com o sucedido "eles choraram e no imediato arrependeram-se".
"A equipa de arbitragem não teve erros grosseiros que provocassem o sucedido. Perdemos bem o jogo, porque o Valonguense foi melhor. Não podemos responder a picardias dentro de campo e deixei bem claro aos jogadores que o se passou foi horrível", completou o treinador do Sobrado
Do lado do Valonguense, que também acabou jogo com dois jogadores expulsos, os responsáveis do clube, embora considerando que foram mais alvo das agressões, também repudiaram o sucedido, e esperam que os possíveis castigos da associação "possam servir de lição para os atletas de ambas equipas"
"As instâncias associativas vão agir, mas as coisas da nossa parte já estão resolvidas. É algo que não devia ter acontecido e já passamos essa mensagem claramente aos jogadores. Não pode haver este tipo de atitudes no desporto", disse Manuel Teixeira, coordenador do clube de Valongo.
O responsável frisou, no entanto, que os incidentes se resumiram ao relvado e que as relações entre os dois clubes "não serão beliscadas pelo sucedido".
"Não houve problemas entre as comitivas, nem nas bancadas. Podia dar-se o caso do público ou dos pais se exaltaram, mas não aconteceu. Ficou tudo sanado no momento com intervenção da polícia e de elementos dos dois clubes", vincou Manuel Teixeira
A Associação de Futebol do Porto também condenou o sucedido, garantindo que "não se revê neste tipo de comportamentos que, infelizmente, acontecem um pouco por todo o país".
"O jogo tinha policiamento e condições de segurança garantidas. O árbitro e as forças policiais agiram em conformidade e os seus relatórios serão analisados pelo Conselho de Disciplina, que irá, certamente, aplicar as medidas para este tipo de casos que não podemos tolerar", acrescentou fonte da A. F. Porto.