Paulo Futre, antiga estrela do F. C. Porto e Atlético Madrid, vai ser homenageado no Civitas Metropolitano, antes do encontro desta quarta-feira (20 horas), a contar para a primeira jornada do Grupo B da Liga dos Campeões.
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Após ter recuperado de um problema de saúde, que inclusive levou o antigo extremo a deixar de fumar, Paulo Futre foi convidado a assistir ao jogo na tribuna e verá imagens suas, da altura em que desfilava pelos relvados, com as camisolas de ambas as equipas, a serem exibidas nos ecrãs gigantes.
Futre deixou uma mensagem de agradecimento por esta homenagem nas redes sociais, onde revelou "estar sem palavras".
O Atlético de Madrid já confirmou a presença de "El Português", como era conhecido nas bancadas do antigo Estádio Vicente Calderón, onde jogou entre 1987/88 e 1992/93, conquistando duas Taças do Rei ao serviço dos "colchoneros", depois de brilhar ao mais alto nível de dragão ao peito.
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Formado no Sporting, o atleta natural do Montijo rumou à Invicta em 1984/85, onde conquistou dois campeonatos, outras tantas Supertaças Cândido de Oliveira e, sobretudo, a Taça dos Campeões Europeus de 1986/87.
O triunfo do F. C. Porto sobre o Bayern de Munique, em Viena, elevou Paulo Futre ao estatuto de estrela internacional e o então candidato à presidência do Atlético, Jesús Gil y Gil, avançou para a contratação do internacional português, numa transferência que custou 3 milhões de euros. Uma pechincha no futebol atual, uma autêntica fortuna nos anos 80 do século passado.
Futre tinha tudo acertado para rumar ao Inter de Milão, mas Gil y Gil ofereceu o triplo do que tinha sido proposto pelos italianos e um pequeno "extra" que acabaria por se tornar numa das histórias mais icónicas da carreira do antigo extremo.
Sem ter a certeza que Gil y Gil iria ganhar as eleições, Futre pediu para receber, de imediato, o Porsche que lhe tinha sido oferecido como prémio de assinatura e o único que havia para entrega imediata era amarelo, como o próprio recordou numa publicação feita no Instagram, em 2020.
"Nunca tinha visto um carro amarelo, muito menos um desportivo. Não sabia o que dizer. Tinha muitas dúvidas. Pinto da Costa, o eterno presidente do F. C. Porto que sempre considerei como um pai, disse-me: 'Paulinho o carro é muito bonito'. Nessa noite fui apresentado na Jácara (sim, numa discoteca!) como contratação-estrela. Pouco tempo depois vestia a camisola vermelha e branca na melhor equipa do Mundo", recordou.
Em Espanha, ficaram famosos os duelos com o arqui-rival Real Madrid, mas a carreira de Futre não se limitou à Península Ibérica. Jogou em França (Marselha), Iália (Reggiana e Milan), Inglaterra (West Ham) e até no Japão, onde pendurou as chuteiras ao serviço do Yokohama Flugels.
Pelo meio, regressou a Portugal para representar o Benfica na época 1992/93, fazendo 13 jogos (cinco golos) pelas águias e contribuindo para a conquista da Taça de Portugal, ficando na memória a polémica que se instalou na altura por causa do alto ordenado que auferia.
A verdade é que Paulo Futre foi um dos grandes talentos do futebol português, com 109 golos em 474 jogos oficiais, sete deles marcados ao serviço da seleção nacional, pela qual colecionou 41 encontros, mas, pelo menos neste caso, os números não mostram tudo o que representou para F. C. Porto e Atlético de Madrid.
Esta quarta-feira, Futre receberá a devida vénia portista e colchonera e será a grande estrela no Civitas Metropolitano. Pelo menos até a bola começar a rolar no duelo da primeira jornada do Grupo B da Liga dos Campeões.
