Sport Ciclismo de São João de Ver é um dos clubes de formação mais importantes no panorama nacional
Corpo do artigo
A temporada do Sport Ciclismo de São João de Ver terminou com um passeio que juntou mais de 300 participantes, entre os quais o presidente da Junta de Freguesia local, Nuno Albergaria, e até o vencedor da última Volta a Portugal, o uruguaio Mauricio Moreira, ao lado de vários ciclistas profissionais.
Se o desportivismo que carateriza a modalidade permite o convívio descomplexado de figuras proeminentes com ilustres desconhecidos numa solarenga manhã, o importante papel do clube na formação - lançou, entre muitos outros, Rui Costa, Amaro Antunes ou Joni Brandão - também ajudou à presença de caras conhecidas deste desporto.
"O nosso clube é o que mais ciclistas dá ao pelotão nacional", sublinha o presidente, Fernando Costa, realidade que emerge de um trabalho cuja base se fixa na premissa do "divertimento em cima da bicicleta", aponta o coordenador, Luís Gonçalves.
Com cerca de 40 atletas nas fileiras, dispersos pelos diversos escalões de formação, é nas escolinhas que a captação é mais complicada, mesmo numa terra com forte tradição no ciclismo. A pandemia não ajudou à causa, bem como os "medos naturais" dos pais em verem os filhos a circular em estradas movimentadas.
Isso tem levado a que "os ciclistas comecem a praticar mais tarde, com 15 ou 16 anos", refere Luís Gonçalves, mas o clube não desiste de tentar cativar os mais novos. "Este ano, estivemos durante uma semana no centro escolar de São João de Ver. Levámos alguns ciclistas e bicicletas", diz Fernando Costa, enquanto exalta o esforço do clube para "dar as melhores condições possíveis aos jovens atletas para que eles se sintam com vontade de praticar a modalidade".
Num desporto em que o treino, muitas vezes, é cumprido de forma isolada, a monitorização é feita à distância, com métricas a cumprir. "Às vezes, os atletas centram-se muito na parte física, mas esquecem-se que também é preciso treinar a destreza e outras caraterísticas", aponta Luís Gonçalves, para quem formar se sobrepõe à efemeridade de uma eventual vitória. "De um grupo, não vão ser todos ciclistas profissionais. Evidentemente, toda a gente gosta de ganhar, e há atletas que percebemos que conseguem fazê-lo, mas acima de tudo o mais importante é formar", assinalou o coordenador.