Pinto da Costa falou ao JN sobre a atualidade portista e não pôs de parte a hipótese de o colombiano sair no mercado de janeiro.
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A quadra festiva foi ótima para o F. C. Porto e Pinto da Costa está a gostar muito da forma como a equipa de Sérgio Conceição tem jogado. Em declarações ao JN, o presidente portista admitiu que a luta pelo título pode ter ficado limitada a duas equipas e, sobre o mercado, não colocou de lado a hipótese de Luis Díaz sair durante o mês de janeiro.
O que significa a apresentação da estátua de Sérgio Conceição no museu do F. C. Porto?
Significa o reconhecimento público do trabalho que ele tem feito. É preciso não esquecer que ingressou como treinador no nosso clube após quatro anos sem vencermos nada. Com um plantel que tinha valor mas que não teve qualquer reforço, fez uma equipa lutadora, a jogar bem, e que foi campeã. Já conquistou vários títulos, teve grandes jornadas europeias e, portanto, entendi que era a altura certa para pormos aqui a estátua. Há de outros treinadores que também tiveram méritos, caso contrário, não estariam aqui. Mas seria injusto não colocar a do Sérgio, até porque é uma maneira de modernizar e atualizar o nosso museu.
Foi a melhor altura para o fazer, tendo em conta como correram os dois jogos com o Benfica?
Foi. A Mafalda, que é a responsável pelo museu, até me tinha sugerido fazer depois do jogo da Taça de Portugal, mas eu disse-lhe que o do campeonato era mais importante. Ficou logo marcado este dia, não foi agora, até porque isso era impossível de organizar. Eu estava convencido de que, pela forma como a equipa está a jogar, voltaríamos a vencer.
O F. C. Porto só perdeu três vezes com o Benfica nos últimos sete anos. Como explica esta superioridade sobre o rival?
Não encontro é explicação para ter perdido três vezes...
Que expectativas tem para este ano de 2022?
A equipa está bem. Está muito unida, absorveu completamente o que o treinador quer, joga em bloco... Há jogadores que fazem grandes exibições taticamente e que na maior parte das vezes nem são referenciados, jogadores inteligentes e que completam no campo aquilo que o treinador pede. Dou-lhe o exemplo do Uribe, que é uma peça fundamental, pois segue à risca, e bem, tudo o que o treinador quer que ele faça. É esse conjunto de estrelas, cada uma com caráter e forma de jogar próprios, que fazem do F. C. Porto a equipa fantástica que é hoje.
A vitória sobre o Benfica limita a luta pelo título a F. C. Porto e Sporting?
Já houve casos em que estivemos sete pontos à frente ou atrás e houve uma mudança. Mas reconheço que, na teoria, estar a sete pontos de dois adversários é muito mais complicado. No futebol já vi muita coisa. O Benfica pode pensar que está fora da corrida pelo título, mas ainda está na Liga dos Campeões e espero que aí vá o mais longe possível, para bem deles e do futebol português.
O FC Porto teve o maior revés desta época na Champions, com o afastamento, para muitos injusto, dos oitavos de final, e a queda para a Liga Europa. Como é que encarou essa eliminação?
Encarei-a com realismo. Penso que foi mesmo injusta. Exceto no jogo com o Liverpool em casa, fomos melhores em todos os jogos. Fomos melhores em Madrid, com o Atlético, em Milão, com o Milan, mas não tivemos aquela ponta de sorte que é necessária e acabámos relegados para a Liga Europa. Quando chegar a altura de a disputarmos, vamos encarar essa prova com toda a seriedade, tentar ir o mais longe possível e, se for realmente viável, vencê-la. Mas, neste momento, estamos só focados no campeonato.
Um dos grandes destaques da época tem sido Luis Díaz. É possível que saia em janeiro?
É natural que qualquer bom jogador, não é só o Luis Díaz, que dê nas vistas e esteja em grande forma - e nós temos muitos - seja assediado. Mas a nossa intenção, neste momento, é manter o maior número de jogadores, se possível todos. Agora, sabe-se que no futebol há tubarões que de um momento para o outro podem bater uma cláusula de rescisão e nós não podemos fazer nada.
Mas pode garantir que Díaz só sai pela cláusula de rescisão?
Não posso garantir, nem deixar de garantir. Só as circunstâncias o podem ditar. A nossa vontade é de que todos fiquem, mas às vezes há propostas irrecusáveis que permitem depois contratar novos jogadores. Díaz tem sido considerado o melhor jogador do campeonato, mas acho que durante este segundo jogo com o Benfica poucos se lembraram dele. Assim como o Pepe é o maior central do futebol português e também não falaram dele, nem do Evanilson. Temos um plantel muito forte e um grande treinador. Quando se recebe a notícia, 24 horas antes, de que o Díaz não pode jogar, devido à covid, só um grande treinador consegue montar uma equipa para ganhar e fazer as pessoas esquecerem quem não estava lá.
Luis Díaz
80 milhões de euros na cláusula de rescisão
Luis Díaz custou 7,2 milhões de euros em 2019 e promete vir a ser um grande negócio para a SAD do F. C. Porto, que detém 80% do passe do colombiano, protegido por uma cláusula de 80 milhões de euros.
Mais duas épocas de contrato
Dificilmente cumprirá o vínculo até ao fim, tal o interesse de grandes clubes europeus, mas a verdade é que Luis Díaz tem contrato com o F. C. Porto até junho de 2024.