O presidente do F. C. Porto, Pinto da Costa, reagiu, este domingo, à queixa de que foi alvo por parte do Benfica, o que levou à abertura de um processo disciplinar por parte do Conselho de Disciplina da Federação. O líder dos dragões relembrou que Rui Costa foi vice-presidente do antigo dirigente máximo das águias e reiterou que espera que o campeonato seja decidido dentro das quatro linhas.
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"Sobre isso, creio que a queixa que fizeram contra mim foi por causa de um editorial que escrevo. Em primeiro lugar, queria-me congratular que, ao fim de 38 anos, a revista Dragões tenha tanto sucesso, que até já no Benfica a leem. Não leem só a Bola, também leem a Dragões", afirmou Pinto da Costa, antes de se referir à "escola" que vem dos tempos de Luís Filipe Vieira.
"Em relação à queixa, não representa nada, nem me admira. Não podemos esquecer que o presidente do Benfica foi o delfim de Luís Filipe Vieira. Portanto, conheço-o desde esse tempo, além de como jogador. Luís Filipe Vieira sempre mo apresentou como seu delfim e o seu sucessor. Dentro disso, está a manter uma certa escola que vem desses tempos. É perfeitamente natural que cada um siga o seu mestre. Não tenho nada a dizer: voltava a escrever o mesmo editorial, sem medo nenhum de qualquer castigo. Só quem tem uma escola que o tenha orientado de uma certa maneira é que pode considerar aquilo ofensivo", defendeu.
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O treinador do F. C. Porto, Sérgio Conceição, não escondeu a admiração pelo facto de a queixa ter partido de um antigo companheiro de equipa, mas Pinto da Costa faz outra leitura, com bom humor pelo meio.
"Não, para mim não tem [mais importância]. Nunca foi meu colega como jogador, porque quando eu jogava no Infesta ele ainda não existia e foi jogador a outro nível. Quanto tive mais contacto foi quando ele era o delfim e o herdeiro, entre comas, do legado de Vieira, como veio a ser. Não fico nada admirado", relembrou, antes de dizer que espera que o título não tenha influências externas.
"Eu espero que sim, que seja decidido dentro de campo. Erros sempre houve e no editorial até fiz votos que não surgissem, como já houve este ano. Eu não disse que houve erros propositados ou por desonestidade, porque errar é humano. Agora que os houve, vocês sabem muito bem e não preciso falar do V. Guimarães-Benfica, ou do Vizela-Benfica, nem noutros jogos. Mas são erros. Os erros de Vizela, por exemplo, foram cometidos por alguém que eu considero ser um dos melhores árbitros portugueses e ponho as minhas mãos no fogo pela sua honestidade. Não estou a criar mau ambiente, agora que existiram, existiram. Não ponho em causa a seriedade de ninguém. Espero que não haja erros, embora saiba que vão existir", afirmou, antes de apontar o dedo a alguns programas de televisão.
"Espero que haja final de época tranquilo. No F. C. Porto as pessoas reagem, reagimos, por exemplo, a declarações de Fernando Seara, que é presidente da Mesa da Assembleia Geral do Benfica, e essa intoxicação não é culpa dos clubes. É dos paineleiros daqueles programas que de desportivos não têm nada. Esses é que incendeiam o futebol português: a única coisa que posso fazer, que faço, é não os ouvir. Agora não os posso calar", terminou Pinto da Costa.