O bairro português de Hamburgo, na Alemanha, começa a encher-se de adeptos do F. C. Porto antes do duelo com o Shakhtar para a Liga dos Campeões, que se joga esta terça-feira.
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Ouve-se falar a língua de Camões a cada esquina do Portugiesenviertel, o bairro português de Hamburgo, a cidade alemã com mais emigração lusa. A poucas horas o pontapé de saída do Grupo H da Champions, o local enche-se de adeptos do F. C. Porto.
São umas cinco ou seis ruas e os nomes dos restaurantes não enganam. Olá Lisboa, Farol, Porto, Nau, Mar Salgado, ou o Praça de Coimbra servem pratos tipicamente portugueses e o negócio explodiu esta terça-feira.
Numa rua lateral está o restaurante A Casa do Benfica. Não é uma casa oficial e a rivalidade também fica a porta.
“Aqui os portugueses dão-se todos bem e servimos todos sem exceção. Portistas, benfiquistas e sportinguistas”, conta, ao JN, o proprietário Albano Rocha, natural da Gafanha, na zona de Aveiro, e que chegou a Hamburgo em 1978.
“Ainda não era o bairro português, que é agora. Só havia três ou quatro restaurantes portugueses”, acrescenta antes de contar uma história curiosa.
“Quando abri o restaurante chamei-lhe 'Beira-mar', em honra do clube da minha terra. Mas depois tive uns problemas aqui com uns vizinhos. O restaurante deles era o 'Beira-rio' e as pessoas reservavam aqui mesa e depois via-os lá a comer”, diz, entre risos, enquanto conversa com um dos clientes habituais.
Com a camisola dos dragões vestida, deixa uma, ou melhor duas, garantias. “Sou portista doente e só como aqui”, assegura, enquanto Albano Rocha lhe oferece um bilhete para o jogo desta noite.
“Não quero, não vou. Se houver problemas não consigo fugir”, diz o adepto portista, enquanto simula mancar para o interior do restaurante.