Abel Ferreira ganhou o Brasileirão, sexto troféu em dois anos ao leme da equipa paulista. Escrete pode ser o próximo passo.
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A história de sucesso de Abel Ferreira no Palmeiras teve mais um capítulo nos últimos dias, com a confirmação matemática da esperada vitória no campeonato brasileiro, a três jornadas do fim de uma prova que a equipa paulista dominou praticamente desde o início. Em dois anos no comando do "Verdão", Abel soma seis troféus (já é o quarto treinador de sempre com mais títulos no clube) e continua a silenciar os críticos que levantaram a voz quando foi contratado, em outubro de 2020.
"Os que não gostam vão ter de nos engolir", disparou o "Portuga de Penafiel", como é conhecido no Brasil, após o triunfo de há três dias sobre o Avaí (4-0), que serviu para o Palmeiras fazer a festa do título, selado horas antes com a notícia da derrota do Internacional, segundo classificado, no estádio do América Mineiro.
Entre os adeptos do clube de São Paulo, há muito que deixou de haver dúvidas, sobretudo depois de o treinador ter levado a equipa à conquista de duas Taças Libertadores consecutivas (2020 e 2021), a competição mais importante do futebol sul-americano. Pelo meio, vieram as vitórias na Copa do Brasil (2020), no Campeonato Paulista (2021) e na Recopa Sul-Americana (2021), antes deste título do "Brasileirão", consagração definitiva de um técnico que nunca tinha estado em clubes de primeiro plano internacional antes do Palmeiras (treinou o Braga e o PAOK, entre 2017 e 2020).
No Brasil, há quem aponte o treinador português ao comando da seleção canarinha depois do Mundial do Catar, o último desafio de Tite no banco do escrete. Abel diz que é fiel ao Palmeiras, clube com o qual tem contrato até 2024, mas Leila Pereira, presidente do emblema do Parque Antártica, não fecha a porta. "É claro que o libertaria. Seria uma honra", afirmou, após os festejos da passada quarta-feira. Antes, a dirigente tinha dito que ia fazer "os possíveis e os impossíveis" para segurar o treinador. Para já, não passa de uma hipótese, mas chegar ao escrete seria mais uma maneira de Abel Ferreira continuar a fazer história: nunca houve um treinador estrangeiro no cargo em toda a história da seleção do Brasil.
Até ao início do Mundial, há mais três jogos para fazer no campeonato brasileiro e o Palmeiras pode chegar ao fim como o melhor ataque e a melhor defesa, tendo ainda na mira o registo de não sofrer derrotas em casa. "Temos uma equipa que não joga bonito, mas joga bem. Os jogadores ensinaram-me o caminho para ser campeão e juntos conseguimos este feito de forma categórica. Só quem está de má-fé é que não reconhece a nossa qualidade e capacidade".