O capitão da seleção de futebol do Irão, treinada pelo português Carlos Queiroz e a caminho do Mundial2022, disse, esta quinta-feira, que manifestações dos jogadores em prol dos protestos naquele país são "uma decisão pessoal".
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"Estamos focados em jogar futebol. Desde pequeno que sonho em jogar pela seleção e todo o grupo sente isso. Estamos cá para respeitar a camisola, a seleção, e dar alegrias ao povo iraniano. Celebrar ou não [e com isso assinalar um protesto] é uma decisão pessoal, de cada jogador", declarou Alireza Jahanbakhsh, do Feyenoord.
Em conferência de imprensa, a quatro dias de se estrearem contra Inglaterra, Jahanbakhsh explicou que a decisão de cantar o hino ou não, outra forma de protesto, será tomada "em coletivo, após discussão interna".
O guarda-redes Alireza Beiranvand reforçou a ideia de decisão pessoal, e que os "Melli" estão "focados no torneio mais importante da vida de cada um", e no objetivo de passar da fase de grupos pela primeira vez na história da competição.
Carlos Queiroz já tinha dito, na terça-feira, que os futebolistas "têm o direito de se expressar", desde que no espírito "do jogo e das leis da FIFA".
Um movimento de protesto de massas que se estendeu a todo o país tem abalado o Irão desde a morte, há dois meses, de Mahsa Amini, uma curda iraniana de 22 anos presa por violar um rígido código de vestimenta que exige que as mulheres usem o véu islâmico em público.
Vários jogadores da seleção iraniana expressaram o seu apoio aos protestos nas redes sociais, usando pulseiras pretas durante as partidas ou recusando-se a cantar o hino nacional.
A estrela da equipa, Sardar Azmoun, jogador do Bayer Leverkusen, manifestou o seu apoio de forma mais contundente, denunciando a repressão das autoridades iranianas, tal como outros companheiros de equipa, incluindo o avançado do F. C. Porto Mehdi Taremi.
O Irão estreia-se no Mundial do Catar perante a Inglaterra, no dia 21 de novembro, em jogo do grupo B, defrontando a seguir o País de Gales, no dia 25, e depois os Estados Unidos, no dia 29.