Que o gesto de fair-play "sirva de exemplo para todos os jovens", diz Tiago Cruz
Tiago Cruz, do Vianense, parou ataque promissor ao ver que o defesa do Vilaverdense se lesionou.
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Tiago Cruz arranca pela direita, enfrenta Manuel Pedro no um para um, ganha posição e, a partir daí, eis que surge uma história para recordar mais tarde. Aquilo que poderia ser um lance normal, em mais uma jornada do Campeonato de Portugal, transformou-se num verdadeiro exemplo de fair-play.
Estavam decorridos quatro minutos da partida entre Vianense e Vilaverdense (1-2), no passado sábado, quando Tiago Cruz parou um ataque promissor - uma vez que já tinha ganho posição e dirigia-se isolado para a área contrária - depois de ouvir o adversário pedir ajuda. No momento foi o que lhe ocorreu.
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Mas agora, passados quatro dias, e com a cabeça a frio, a decisão seria a mesma. "Reparei que se agarrou à perna e abrandei logo. Ele pediu para parar e não consegui prosseguir com a jogada. No futebol não pode valer tudo. Antes de sermos jogadores temos de ser bons homens", começou por dizer, ao JN.
Aos 27 anos, Tiago Cruz, que é barbeiro de profissão, define-se como um jogador possante, com bom remate e muito trabalhador em prol da equipa. E apesar de estar em época de estreia no emblema minhoto, não temeu em algum momento receber um puxão de orelhas do treinador, por não dar continuidade a um lance que poderia ser benéfico para a equipa. "O Manuel Pedro jogou comigo no AR São Martinho. Somos amigos, mas não foi por isso que tive aquela atitude. Se fosse com um estranho e aos 80 minutos ia reagir da mesma forma", revelou.
Agora, e depois de um tsunami de exposição mediática, Tiago pretende continuar a aproveitar o momento. "O que tenho feito no futebol é desfrutar. Não estava à espera que o meu ato tivesse tanto alcance. Mas já que assim foi, que sirva de exemplo para todos os jovens".
