O Mundial do Catar de 2022 ficará para a história por ter trazido à discussão pública um sem-número de temas que normalmente andam escondidos ou, até, perdidos nos gabinetes dos políticos.
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O Mundial "da vergonha" como alguns o têm epitetado, realizado num jovem e opulento país, está a ter, do meu ponto de vista, a virtuosidade que não me permite concordar com tal descrição.
Pois, só algo com o mediatismo do futebol tem a apetência de pôr tantos cidadãos do Mundo a consciencializar-se para os direitos humanos, a discriminação das mulheres, a corrupção, a imigração e até o racismo, só o futebol consegue congregar a atenção para todos estes temas de uma só vez.
E nos entremeios, este Mundial teve já jogos que revelam a beleza superior de um jogo de estratégia e competência, de predestinados craques que tratam a bola como se fosse uma pedra preciosa.
Mundial que intensifica a internacionalização do futebol português. Um luso-francês, um luso-angolano e dois luso-brasileiros foram já escolhidos para o onze inicial da nossa seleção, que é o exemplo acabado do alcance global do Futebol Português, liderado, naturalmente, pelo melhor jogador do Mundo, o resiliente trabalhador CR7.
O país Campeão Europeu de 2016 e campeão da primeira edição da Liga das Nações em 2018-19, poderá, porque não(?), ser campeão do Mundo, naquele campeonato que teve pela primeira vez uma equipa de arbitragem totalmente constituída por mulheres. Que bonito foi!
Um Portugal futebolístico que tem projeção internacional inquestionável, sendo uniformemente apontado como exemplo de um país modesto em recursos, incluindo populacionais, que logra impor-se a seleções muito melhor apetrechadas em termos de apoios.
E no Mundo do Futebol são 11 contra 11 e no fim... que ganhe Portugal!
*Advogada