F.C. Porto, Sporting e Benfica conheceram esta quinta-feira os adversários na fase de grupos da Liga dos Campeões. Dragões e leões em grupos equilibrados, águia com missão mais espinhosa
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Pelo segundo ano consecutivo, Portugal contará com três equipas na fase de grupos da Liga dos Campeões. O sorteio realizado esta quinta-feira, em Istambul, ditou sortes diferentes para os emblemas lusos. O JN apresenta-lhe como jogam, quem são as estrelas e as novidades no mercado dos adversários de F.C. Porto, Benfica e Sporting.
Grupo B, do F.C. Porto:
Os comandados de Sérgio Conceição foram sorteados com Atlético Madrid, Bayer Leverkusen e Club Brugge, num grupo que promete muito equilibrio e sem claros favoritos.
Atlético Madrid (Espanha)
O emblema onde atua o português João Félix apresenta um futebol de alta rotação, ancorado num esquema tático 3-5-2. A solidez defensiva é a principal imagem de marca do treinador dos colchoneros, Diego Simeone, que ofensivamente procura transições rápidas de forma frequente.
Onze base: Oblak, Savic, Witsel, Reinildo, Molina, Saúl, Llorente, Koke, Lemar, João Félix e Morata.
Figura-chave: O internacional português João Félix é o elo de ligação da equipa, que depende também da sua capacidade de finalização.
Mercado: Foi um verão calmo para o emblema de Madrid, mas o principal destaque vai para a chegada do ex-Benfica Axel Witsel, médio de origem, mas recuado para central por Diego Simeone.
Bayer Leverkusen (Alemanha)
Ao contrário do Atlético Madrid, o Bayer Leverkusen é uma equipa que pressiona alto e de forma intensa. Gosta de ter a bola e alinha em 4-2-3-1. A capacidade técnica dos médios é algo que os portistas deverão ter em conta. Começou mal o campeonato, com três derrotas em três jogos.
Onze base: Hradecky, Jeremie Frimpong, Tah, Tapsoba, Hincapié, Exequiel Palacios, Aranguiz, Diaby, Azmoun, Adam Hlozek e Patrik Schick.
Figura-chave: Moussa Diaby, oito vezes internacional francês, é o maior perigo no ataque às balizas adversárias. O extremo é internacional francês por oito vezes.
Mercado: Sem grandes mexidas, o principal destaque vai para a chegada de Adam Hlozek, promessa checa que custou aos alemães 13 milhões de euros.
Club Brugge (Bélgica)
Os belgas são o adversário mais acessível do F.C. Porto, mas continua a ser um nome de respeito, não fosse o campeão belga em título. Como o Atlético Madrid, atua num 3-5-2, mas privilegiando a posse de bola, imprimindo um ritmo baixo ao jogo.
Onze base: Mignolet, Clinton Mata, Boyata, Mechele, Skov Olsen, Nielsen, Odoi, Vanaken, Meijer, Kamal Sowah e Ferran Jutglá
Figura-chave: O experiente médio ofensivo Hans Vanaken continua, aos 30 anos, a ser essencial na manobra ofensiva na equipa. Marca e assiste com facilidade.
Mercado: Os belgas perderam a principal figura da temporada passada, Charles De Ketelaere, que rumou ao Milan, mas investiram os mais de 30 milhões de euros que receberam em vários reforços. Destaque para o central Dedryck Boyata, que traz muita experiência ao eixo defensivo.
Grupo D, do Sporting:
Com o Tottenham na "pole position" para vencer o grupo, o Sporting terá de discutir a qualificação com Marselha e Eintracht, desafios ao nível dos leões.
Eintracht Frankfurt (Alemanha)
Saiu o "doce do pote 1 ao Sporting. O vencedor da Liga Europa era a equipa mais acessível dentro dos tubarões, mas não deixa de ser um rival respeitável e que colocará dificuldades aos leões. Já apresentou mais do que um esquema tática esta temporada, mas o mais comum é um 3-4-3 que procura recuperar rapidamente a bola e jogar com intensidade, variando entre toque curto e jogo mais longo.
Onze base: Trapp, Almany Touré, Tuta, Ndicka, Knauff, Sebastian Rode, Djibril Sow, Christopher Lenz, Randal Kolo Muani, Mario Gotze e Lucas Alario.
Figura-chave: Mario Gotze preferiu o projeto dos alemães ao do Benfica e é o nome maior do Frankfurt. Aos 30 anos, acrescenta qualidade tática e criatividade.
Mercado: A saída de Filip Kostic deixou a equipa pior, mas, além de Gotze, as chegadas de Alario e Jens Petter Hauge trazem qualidade.
Tottenham (Inglaterra)
De Londres chega o adversário mais complicado do grupo dos leões. Os comandados de Antonio Conte têm argumentos suficientes para serem considerados favoritos ao 1.º lugar do grupo. A partir de um 3-4-3, é uma equipa que joga futebol rápido e vertiginoso, com algum conservadorismo do ponto de vista defensivo.
Onze base: Lloris, Romero, Dier, Ben Davies, Emerson Royal, Hojberg, Betancur, Perisic, Heung Min-Son, Kulusevski e Harry Kane
Figura-chave: O melhor marcador da história do clube e internacional inglês Harry Kane é um problema para qualquer defesa do mundo.
Mercado: Sem saídas entre os habituais titulares da temporada passada, foi uma época de investimento para os "spurs", que gastaram 120 milhões de euros em nomes como Richarlison, Yves Bissouma ou, a custo zero, Perisic.
Marselha (França)
Se do pote 1 os leões apanharam o doce, do pote 4 saiu o amargo. O Marselha, de Nuno Tavares do ex-F.C. Porto Mbemba, era a equipa mais capaz do último pote e veio dar todo um equilibrio gigante entre três equipas. Este grupo fica marcado por uma característica tática interessante: o esquema base 3-4-3 é comum a todas. No caso dos franceses, são uma equipa versátil, que consegue tratar bem da bola, mas também sair rápido em transição.
Onze base: Pau López, Mbemba, Gigot, Balerdi, Jonathan Clauss, Valentin Rogier, Guendouzi, Nuno Tavares, Cenzig Under, Gerson e Milik.
Figura-chave: O lateral direito Jonathan Clauss é um perigo ofensivamente, fazendo todo o corredor com muita qualidade.
Mercado: Para satisfazer as necessidade de Igor Tudor, o Marselha investiu mais de 75 milhões de euros. As principais compras foram Cenzig Under e Guendouzi, que chegam de Roma e Arsenal, respetivamente.
Grupo H, do Benfica:
O sorteio mais complicado saiu ao Benfica, que apanhou o todo-poderoso Paris Saint-Germain de Messi, Mbappé, Neymar e companhia. Além disso, terá também de enfrentar a Juventus, que não tem, ainda assim, o fulgor de outros dias. O Maccabi Haifa, de Israel, era das mais acessíveis do pote 4.
Paris Saint-Germain (França)
Christophe Galtier assumiu as rédeas do Paris Saint-Germain este verão e tem um objetivo claro: vencer a Liga dos Campeões e conta com quatro portugueses: Vitinha, Nuno Mendes, Danilo e Renato Sanches. Com um futebol vertiginoso de mira constantemente apontada à baliza, o 3-4-3 dos parisienses parece muito bem trabalhado e os resultados provam-nos: 21 golos marcados em 4 jogos e apenas um sofrido.
Onze base: Donnarumma, Sergio Ramos, Marquinhos, Kimpembe, Hakimi, Vitinha, Verrati, Nuno Mendes, Messi, Mbappé e Neymar.
Figura-chave: Com tanto talento, é difícil escolher, mas Mbappé é o principal homem-golo da equipa.
Mercado: Nova temporada de investimento para os PSG. Vitinha, Renato Sanches e Mukiele serviram para fortalecer uma equipa que já de si era das mais poderosas da Europa.
Juventus (Itália)
O nome pode assustar muito, mas esta Juventus não é a toda-poderosa da década passada do futebol italiano. Allegri tem sido criticado em Itália pelo seu futebol previsível, que parte de um 4-3-3 que aposta na largura e na posse de bola.
Onze base: Perín, Danilo, Bremer, Rugani, Alex Sandro, Pogba, McKennie, Locatelli, Di María, Vlahovic e Kostic.
Figura: O avançado Dusan Vlahovic é o futuro do futebol sérvio e apresenta uma capacidade finalizadora do mais alto nível.
Mercado: As saídas de Matthijs de Ligt para o Bayern Munique e de Paulo Dybala, que não renovou contrato, tiram qualidade à vecchia signora, que tentou compensar ao contratar nomes como Bremer, Kostic, Pogba e Di María.
Maccabi Haifa (Israel)
O mais desconhecido do grupo, os israelitas chegam à fase de grupos pela segunda vez na história. Joga em 4-3-3 mas já surgiu em 3-5-2 e é uma equipa habituada a ter a bola, jogando com ritmo de jogo baixo.
Onze base: Cohen, Sundgren, Planic, Goldberg, Cornud, Chery, Lavi, El Fazaz, Haziza, Pierrot e Dean David.
Figura: Frantzdy Pierrot é um avançado muito forte fisicamente e já fez estragos na fase de qualificação.
Mercado: Foi um ano mexido entre entradas e saídas para o Maccabi, mas sem grandes nomes de destaque.