Benfica aproveita expulsão, aos 27 minutos, de Eustaquio e já tem seis pontos de vantagem. Dragão sem prémio para a coragem com 10 jogadores em campo
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Ninguém é campeão à 10.ª jornada. A ideia, partilhada por Sérgio Conceição e Roger Schmidt antes do jogo, continua a fazer todo o sentido, mas a verdade é que os encarnados garantiram uma margem bastante confortável, graças ao triunfo, pela margem mínima, no Estádio do Dragão, algo que não acontecia desde 2018/19. O Benfica continua sem conhecer o sabor da derrota em 2022/23 e está numa posição privilegiada na luta pelo título, enquanto o F. C. Porto acaba por ser castigado pela coragem que mostrou depois da expulsão de Stephen Eustaquio, ainda antes da meia hora de jogo. Os dragões, mesmo depois de entregaram o domínio da bola ao rival, nunca tiraram os olhos da baliza adversária e acabaram por ser apanhados em contrapé.
O clássico foi um vulcão de emoções do primeiro ao último minuto. Até depois disso, aliás, com Sérgio Conceição a ser expulso já após o apito final, por protestar com a equipa de arbitragem liderada por João Pinheiro que, aos 24 e 27 minutos, castigou com dois amarelos consecutivos outras tantas entradas duras de Eustaquio. Antes desse momento, a melhor oportunidade tinha pertencido a Taremi, num cabeceamento potente, após centro de Zaidu, que fez voar Vlachodimos. Já depois da expulsão do internacional canadiano, a sorte não quis nada com o Benfica, num lance, aos 36 minutos, em que Aursnes acertou no poste e Rafa, na recarga, atirou, de cabeça, à barra. O intervalo não chegaria sem Bah arriscar ver, por duas vezes, o segundo amarelo.
Roger Schmidt fez três alterações simultâneas após o descanso - prescindindo dos amarelados Bah, Enzo e João Mário -, enquanto Conceição manteve o mesmo figurino. Os dragões entregaram a posse de bola ao Benfica - o único dado estatístico que, no final, era claramente favorável aos lisboetas -, mas nunca deixaram de procurar a profundidade. Aos 59 minutos, Diogo Costa ganhou novo duelo a Rafa e, aos 72, surgiram os dois lances decisivos.
Pepê, que alinhou a defesa direito, assinou um raide fantástico, com um corte de Florentino a salvar e a lançar o contra-ataque encarnado: David Neres serviu a festa de Rafa, com o golo a ser anulado, primeiro, pelo assistente e, depois, a ser validado pelo VAR, já que o extremo brasileiro estava em linha com a defesa portista. Os campeões nacionais bem forçaram o empate nos últimos 20 minutos, mas o Benfica resistiu ao assalto e disparou na frente do campeonato.
Mais: Rafa deixou marca no clássico, com Florentino e Aursnes em muito bom plano defensivo, onde também brilhou António Silva. Zaidu e Otávio bem tentaram escrever outra história.
Menos: Eustaquio foi muito imprudente e deixou o F. C. Porto numa situação complicada. Galeno e Evanilson estiveram pouco em jogo, enquanto Enzo ficou a léguas do que já mostrou.
Árbitro: Expulsão justa de Eustaquio e perdoada a Bah. Ficou por marcar um livre indireto na área do Benfica: Vlachodimos socou a bola após atraso de Gilberto.
Veja o resumo do jogo:
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