Café em Fafe encomendou mais de 60 quilos de carne e garante que 70% dos clientes serão espanhóis.
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É o café mais próximo do Salto da Pedra Sentada, local de culto para os aficionados do Rali de Portugal. No lugar de Lagoa, bem no coração das serras de Fafe, o Chamonix ganha por estes dias uma vida diferente. "Durante a semana vou trabalhando a servir diárias a alguns trabalhadores que passam por aqui e à quarta-feira ainda vendo vitela assada, mas nos dias de rali tudo isto se transforma", disse, ao JN, Fátima Costa, proprietária do café/restaurante que há alguns anos é uma referência para muitos dos que escolhem Fafe para verem o rali.
A ementa não difere muito de ano para ano e todos já sabem com o que podem contar à mesa. A encomenda ao talho foi muito reforçada. "São 30 quilos de bifanas, 30 de vitela, carne para feijoada, churrasco de vários tipos, seis vazios de boi, carne de porco à alentejana, porque os espanhóis gostam muito, entre outras coisas. Vai tudo", garante Fátima Costa, já sem mãos a medir na azáfama da cozinha. "Desde quinta-feira que isto não pára e antes disso ainda temos os belgas e os franceses ligados às equipas de rali. São quatro dias de trabalho árduo", diz.
Nestes dias especiais, Fátima conta com a ajuda do filho David Barros que, ao balcão, lá vai arranhando várias línguas para servir os clientes que ali entram oriundos de várias partes do mundo. "É trabalhar dia e noite, mas o ambiente que se cria aqui é fantástico. São dias de muito trabalho, mas também de grande festa", recorda, sublinhando que muitos dos clientes estrangeiros que por ali param já são habituais. "Já há dias que não aceitamos mais reservas, e mais de 70% dos clientes são espanhóis. Quando ligam até já pedem a mesa que querem, mais ou menos perto da porta ou da televisão", refere.
Apesar do Rali de Portugal ser um excelente evento para o negócio nesta zona mais despovoada do concelho, Fátima diz gostar mais do Rali Serras de Fafe, que conta para o Europeu. "Não há tantas rulotes e as pessoas procuram mais o restaurante. No tempo da covid estavam proibidas e cheguei a vender, só numa hora, 650 bifanas", recorda.