Em 2012, o Rangers declarou insolvência, caiu na 4.ª Divisão e ficou sem jogadores. Agora, espera o segundo título europeu.
Corpo do artigo
Ally McCoist é uma das lendas do Rangers. Com essa camisola vestida, ninguém marcou tantos golos como ele e por isso também não surpreende que já tenha sido eleito pelos adeptos como o terceiro melhor jogador de sempre do clube que representou em cerca de 500 ocasiões, divididas por 15 temporadas. Ao início da noite de 5 de maio de 2022 era, provavelmente, uma das pessoas mais nervosas no mítico Ibrox; 100 minutos depois, era uma das mais eufóricas e protagonista em vídeos que se tornaram virais devido à emoção do momento. Dez anos depois de declarar falência e cair para a quarta divisão do futebol escocês, o Rangers apurava-se para uma final europeia, sendo que, em 2012, o período mais nefasto da história do clube, havia sido o mesmo McCoist que mais contribuiu para, primeiro, não deixar morrer o gigante e, depois, para o reerguer.
O primeiro jogo oficial do Rangers em 2012/13 foi contra o desconhecido Peterhead, acabou num empate (2-2) e tinha McCoist a comandar os "protestantes" a partir do banco. O segundo foi frente ao East Stirlingshire e levou cerca de 50 mil pessoas ao Ibrox, mostrando que havia vida para lá da morte. Até outubro desse ano, contudo, entrar em campo apenas foi possível pela criação de um novo clube (The Rangers Football Club Lda.), que ficaria com o património do antigo, enquanto decorria o processo que culminou na insolvência e desaparecimento do original campeão dos campeões da Escócia (54 títulos) devido a dívidas infinitas. De acordo com o "Daily Mail", essa temporada começou com um treino em que só apareceram seis jogadores, mas acabou com a promoção ao terceiro escalão. Enquanto isso, o grande rival Celtic consolidava o domínio na Premiership.
Mais de 100 pontos
O caminho de regresso ao topo estava em andamento. Fora do campo, as coisas também começaram a compôr-se, com Dave King, hoje presidente, a tomar as rédeas. Na época seguinte, também com McCoist à frente da equipa, o Rangers passeou e acabou a League One com mais de 100 pontos, estabelecendo um novo recorde; mais difícil seria a travessia no segundo escalão, que demorou dois anos a ficar completa. Em 2016, o revitalizado Rangers estava de volta à elite. O 55.º título de campeão chegou cinco anos depois e agora a euforia é pela presença na primeira final europeia desde 2008. Da tempestade nasceu a bonança e depois do pesadelo o Rangers sonha com a segunda conquista europeia para juntar à Taça das Taças de 1972.