Pepê (F. C. Porto) e Meité (Benfica) custaram 21 milhões, mas não estão a impor-se. Rúben Vinagre é o novo leão a dar menos nas vistas.
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Sensivelmente a meio da época é possível verificar que há contratações nos três grandes que não estão a justificar a aposta. Pepê, avançado brasileiro que custou ao F.C. Porto 15 milhões de euros, e Meité, médio francês no qual o Benfica investiu seis milhões de euros, são os principais falhanços.
A SAD portista subiu nesta época a aposta em aquisições em três milhões de euros, investindo cerca de 25 milhões, mas o reforço mais caro (Pepê), que obrigou a desembolsar 15 milhões, tem tido escassa utilização, registando só dois golos e uma assistência. Já o lateral Wendell, que custou quatro milhões, tem denotado alguma irregularidade, mas tem o dobro de tempo de utilização, em comparação com Pepê. Entretanto, Vitinha, que teve ordens para voltar após a cedência ao Wolverhampton, é a cara nova mais bem-sucedida e o mais utilizado.
Numa época em que baixou quatro vezes o montante destinado a aquisições, gastando cerca de 25 milhões de euros, o Benfica não está a ser compensado na aposta por Meité, que o obrigou a pagar ao Torino seis milhões de euros. Já o avançado Yaremchuk, a contratação mais cara (17 milhões), tem oscilado de rendimento, mas os seis golos apontados, a que junta três assistências, dão-lhe algum crédito. Gil Dias, que rodara no Famalicão cedido pelo Mónaco, custou 1,5 milhões de euros, mas tem jogado pouco, não se assumindo como alternativa consistente a Grimaldo.
Apesar de ter sido campeão e garantido o acesso direto à Champions, o Sporting gastou, nesta época, menos quatro milhões em reforços, investindo, no global, cerca de 14 milhões de euros. Manuel Ugarte (ex-Famalicão) foi o mais caro, obrigando a despender 6,5 milhões. O médio uruguaio demorou a impor-se, mas chega ao Natal com influência crescente e alternativa credível a João Palhinha. Já Rúben Vinagre, o segundo mais caro (5,5 milhões), até se lesionar não estava a conseguir impor-se. Nos leões, o reforço mais consagrado é Sarabia, cuja cedência do PSG custou à SAD dois milhões de euros, sem opção de compra.
Casos
Talento encolhido de Pepê inibe maior rendimento
Eduardo Cossa, vulgo Pepê, tem tido pouca influência no F. C. Porto, nestes primeiros meses de aventura europeia. Apesar de utilizado em 16 jogos, acumula apenas 318 minutos, com o talento a seguir encolhido, com uma ou outra exceção, em contextos de menor complexidade competitiva. Acresce que o extremo brasileiro chegou aos dragões após intensas negociações com o Grêmio de Porto Alegre, com a transferência a concretizar-se por 15 milhões de euros, claramente o mais alto da época nos portistas. Dois golos e uma assistência são os números mais expressivos até ao momento.
Meité não consegue vaga no meio-campo das águias
Soualiho Meité, a segunda mais cara contratação do Benfica para esta época (seis milhões de euros), assinou pelas águias até 2026, mas ainda não se assumiu como opção a ter em conta. O médio francês, que na segunda metade da época passada esteve cedido pelo Torino ao AC Milan, tem uma cláusula de rescisão de 80 milhões de euros, valor que, a juntar ao dinheiro que os encarnados pagaram ao clube de Turim, dificilmente o coloca como um jogador apetecível no mercado. Nos últimos dois meses, participou apenas em dois jogos, estando cada vez mais distante das principais opções.
Vinagre com pouco tempero na ementa dos leões
Contratado para colmatar a saída de Nuno Mendes para o PSG, Rúben Vinagre, que na última época jogou cedido pelo Wolverhampton nos gregos do Olympiacos e depois no Famalicão, chegou a Alvalade emprestado por aquele clube inglês. Fez só um jogo completo (frente ao Belenenses, para a Taça de Portugal) e já não joga há quase dois meses, devido a lesão. Mas, mesmo enquanto esteve apto fisicamente, acumulou apenas 618 minutos, com Ruben Amorim a dar-lhe escassas oportunidades. Com uma cláusula de opção de 10 milhões de euros, a este ritmo não ficará nos leões.