Com apenas sete jogos à frente da seleção de Marrocos, quatro dos quais no Mundial 2022, Walid Regragui segue invicto no comando da equipa africana. O franco-marroquino é treinador há uma década e conhece bem o Catar, país anfitrião do torneio, pois já lá trabalhou durante duas épocas, tendo ganhado uma liga local.
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Formado em Ciências Económicas e Sociais, Walid Regragui, atualmente com 47 anos, foi um jogador de futebol com uma carreira sem grande expressão - era lateral direito - mas em setembro passado, pegou na seleção de Marrocos e começou a dar corpo a um trajeto que já vai nos quartos de final, com encontro marcado frente a Portugal, no próximo sábado (15 horas, SIC e Sport TV1).
Natural de Corbeil-Essonnes, nos subúrbios de Paris, França, as ligações familiares a Marrocos levaram-no bem cedo aquele país africano e mesmo não tendo sido um jogador do outro mundo, contabilizou 46 internacionalizações pela seleção marroquina.
Como futebolista atuou na maior parte da carreira em França, onde representou RCF Paris, Toulouse, Ajaccio, Dijon, Grenoble e US Fleury-Mérogis. Fora disso esteve no Racing Santander (Espanha), nas épocas de 2004/05 e 2005/06, sendo que em 2009/10 teve uma curta experiência no futebol marroquino, pelo Athletic Tétouan.
Já como treinador, começou a carreira em 2013, no cargo de técnico-adjunto da seleção marroquina, tendo depois orientado, durante quatro anos e meio, o FUS Rabat, de Marrocos. Em 2019/20 foi para o Catar, país onde orientou o Al-Duhail, sendo que antes de assumir a função atual esteve a orientar o WAC, de Casablanca.
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Em termos de palmarés, o técnico da seleção-sensação do Mundial2022 acumula três troféus: Liga do Catar (2019/20), Liga de Marrocos (2021/22) e Liga dos Campeões Africana (2021/22). Assumiu a seleção em setembro passado, quando se falava no nome do português André Villas-Boas para a função, mas o grande conhecimento do futebol do país levou a federação marroquina a optar por ele.
Com uma base formada por jogadores que atuam nas cinco principais ligas europeias, Walid Regragui foi ao Mundial2022 sem ambições desmedidas e não tem pressionado em demasia os futebolistas que orienta. A importância que dá à solidez defensiva tem sido um dos pontos-chave do sucesso e o certo é que a equipa só tem um golo sofrido no torneio e mesmo esse, marcado na própria baliza!
"Não sou mágico, não estou a inventar nada", disse o selecionador de Marrocos, após a vitória com a Espanha, nos penáltis, nesta terça-feira, que eliminou os espanhóis do Mundial2022. Antes já entrara bem com um nulo frente à Croácia e batera a Bélgica (2-0) e o Canadá (2-1).
"Somos uma equipa difícil de vencer", advertiu Walid Regragui, que vai olhando "jogo a jogo" para o futuro e não descarta continuar a fazer estragos na prova.
"Queremos ir mais longe e fazer história. O que os jogadores têm feito é extraordinário", realça um treinador já com estatuto de herói nacional em Marrocos.