Brito tinha 300 jogadores na formação e agora conta com metade. Clube está a sofrer com a quebra de receitas.
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O futebol de formação tem sofrido com a pandemia da covid-19 e a ausência de competição está a criar problemas na gestão dos clubes e na motivação dos jovens que sonham fazer da modalidade uma profissão de futuro. Na vila de Brito, no concelho de Guimarães, o clube local até dispõe de quatro campos e um conjunto de regras bem definidas para evitar ajuntamentos e possíveis cadeias de contágios, mas sem competição e sem a possibilidades de se realizarem treinos de conjunto, ou mesmo jogos amigáveis, é cada vez mais difícil fidelizar os mais jovens jogadores.
"A ausência de provas oficiais, aliada ao receio de muitos praticantes, ditou uma diminuição no número de jogadores. De 300, passamos quase para metade", explica, ao JN, Francisco Ribeiro, coordenador da formação do clube vimaranense. "Financeiramente é um duro revés para o Brito e para todos os clubes que têm formação, porque sem competição não há jogadores e patrocínios. É quase ou mesmo insustentável a vida diária dos clubes", explica.
Os treinadores também sofrem com a indefinição. "É uma luta diária. Os jogadores perguntam constantemente pelo regresso das competições, mas começam a escassear as palavras para justificar a presença deles nos treinos. Sem poder realizar amigáveis ou mesmo treinos de conjunto, torna-se complicado motivar os jovens", adianta Fábio Pereira, treinador da equipa de juvenis do Brito.
As regras e obrigações impostas pela Direção Geral da Saúde (DGS) também não ajudam. Francisco Ribeiro, coordenador da formação do clube, deixa um exemplo. "Os jogadores equipam-se em casa e tomam banho em casa. Mas, como estamos no outono, não é fácil e justo dizer a um jovem que apanhou chuva que terá de ir para casa tomar banho, porque efetivamente eles não podem partilhar os balneários".
Sem novas informações para transmitir aos jogadores, porque a DGS ainda não deu luz verde à Federação Portuguesa de Futebol para o arranque dos campeonatos de formação, o Brito tem vindo a perder receitas, porque conta com menos jovens nas fileiras do clube.
"O treino e a atividade física são importantes para o desenvolvimento dos jovens e é essa a mensagem que temos transmitido. Mantemos todos os escalões, mas com treinos adaptados e em número reduzido de atletas. Temos de permanecer confiantes, porque muitos jogadores vão regressar ao clube quando houver datas para o início das competições", garantiu o dirigente do Brito. Aguentar é a palavra de ordem.