Técnico alemão destaca dimensão das águias e coloca-as como "expoente máximo no futebol". Lembra que a expectativa é elevada face a três anos sem vitórias, assume-se como técnico ofensivo e rejeita que o estilo do adversário influencie a maneira de jogar da equipa.
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"Como amante de futebol, podemos falar de grandes clubes, e o Benfica é um deles, ao nível de Real Madrid ou Barcelona. É o expoente máximo do futebol. Historicamente e em termos de dimensão, é muito especial. Não houve ninguém a comprar o clube por quatro mil milhões de euros e a injetar aqui dinheiro de repente. É um clube em que as pessoas poupam todos os meses para ir ao estádio. Tem de vender jogadores para funcionar, apresenta 20 modalidades diferentes e todas as pessoas as acompanham com paixão", sublinhou o responsável numa entrevista ao "Der Spiegel", também difundida pelo "Benfica Play".
Centrado no presente, o técnico lembra que o facto de as águias não vencerem qualquer título nas ultimas três épocas "eleva as expectativas". "É importante vencer o título. (...) Fazemos tudo para que, no momento da consagração, possamos ter aquela sensação maravilhosa. Mas não me é indiferente a forma como chegamos lá. Quero chegar de uma forma que me agrade e que possa dizer "gosto deste futebol". Não há nenhum jogador que não esteja a jogar bem. Além dos títulos, essa é a maior alegria, o grande prazer no futebol, ver como todos jogam em campo e lutam como equipa", destacou o responsável.
O estilo envolvente e ofensivo do jogo benfiquista já é uma imagem de marca sustentada em alguns princípios defendidos pelo germânico. "Não sou um treinador que pensa que o adversário vai definir a nossa forma de jogar. Isso é cem por cento claro para os jogadores. Vejo como jogam os oponentes, informo os atletas, mas nós jogamos à Benfica e para vencer", destacou. Uma ideia que defende desde o tempo de atleta, embora também reconheça que nunca pensou ser treinador.
"Era avançado e a coisa mais bonita quando uma criança começa a jogar é o momento em que chega à baliza e marca. No fundo tudo passa pelo golo. Ter a bola dentro da baliza. Quando David Neres faz um cruzamento e o João Mário encosta para o golo... esse é o momento pelo qual o estádio e o público esperavam. A ideia de criar esses momentos marcou-me. Nunca acreditei em ficar à defesa à espera que, eventualmente, acontecesse algo na área adversária. Temos de agarrar o destino com as próprias mãos e aproveitar os 90 minutos para tentar ser melhor que o adversário, criar mais oportunidades. Não há vitórias garantidas, mas pode-se aumentar as probabilidades de vencer. E isso só sucede se tivermos uma abordagem ativa", sublinhou.
Roger Schmidt admitiu que não cumpriu a promessa de aprender português, "é complicado, muito difícil e seria um investimento temporal grande até saber o suficiente para dar treinos", e que nunca leu um livro sobre futebol, por nunca ter "tempo ou parecido importante".
" Tentei desenvolver-me e usar as minhas experiências para encontrar as melhores formas para fazer com que as minhas equipas evoluam. Já fiz vários níveis (cursos de treinador) e tive a possibilidade de acumular experiências, em vários países, e ao mais alto nível até na Liga dos Campeões. Temos a possibilidade de jogar contra grandes equipas e tentamos jogar à nossa maneira. Se se ganha sempre ou não, isso é outra história. O objetivo é que durante a maior parte dos 90 minutos joguemos como queremos e não como o adversário deseja" salientou.