Assim, de repente, Cristiano Ronaldo acabou com possíveis dúvidas. Quer representar Portugal no Mundial, daqui a dois meses, e também no próximo Europeu, em 2024. "Vou assumir já. Ainda vão levar um bocadinho mais de carga do Cris", afirmou o craque, em pleno palco da gala "Quinas de Ouro", na noite de anteontem.
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O anúncio não surpreendeu os internacionais portugueses ouvidos pelo JN. "É uma boa notícia para a seleção. Sou daqueles que defendem que, enquanto houver qualidade, não é a idade que deve decidir quem joga, ou não", disse Chainho, antigo médio do F. C. Porto, convencido de que CR7 só não está ao nível habitual pelo facto de não ter feito a pré-época no Manchester United: "Sem fazer pré-temporada, nem aos 20 anos, nem aos 40, se consegue estar no topo da forma".
Para o guarda-redes Beto, nem há questão. "O Cristiano é um animal competitivo. Se é vontade dele ir ao Europeu, bem-vinda seja essa notícia. Tenho a certeza de que está a trabalhar para chegar à forma normal dele. Quanto mais tempo nos brindar com a presença na seleção, melhor. As pessoas deviam desfrutar, em vez de estarem preocupadas com a idade", sublinhou.
Vítor Paneira, antigo extremo do Benfica e do Vitória de Guimarães, também não ficou surpreendido. "Se Ronaldo tiver 50 anos, estiver a fazer golos e a jogar com paixão, será sempre ótimo que continue a representar a seleção. Se traçou esse objetivo, é porque se sente em condições para jogar no Europeu, mas só em 2024 é que saberemos".
A confirmar-se a presença no Euro, Ronaldo chegará à data de abertura do torneio que se vai realizar na Alemanha com 39 anos e 130 dias. Nesse cenário, tornar-se-á o jogador de campo mais velho na competição, só superado pelo ex-guarda-redes Kiraly, que capitaneou a Hungria no Euro 2016, com 40 anos. Para já, o jogador de campo mais veterano a disputar a prova foi o alemão Matthaeus, que jogou no Euro 2000 com 39 anos e 91 dias. O jogador mais velho a marcar numa fase final foi o austríaco Vastic, em 2008, aos 38 anos e 257 dias.