Quando a 12 de dezembro de 2019, a equipa B do Braga venceu o Marítimo B, para o Campeonato de Portugal, poucos poderiam adivinhar o furacão que estava prestes a tomar de assalto a Liga portuguesa.
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O presidente dos minhotos, António Salvador, dispensou Sá Pinto e apostou no técnico da formação secundária, que teve um impacto imediato no futebol e nos resultados arsenalistas. O país abriu a boca de espanto e o líder do Sporting, Frederico Varandas, foi dos primeiros a ficar absolutamente convencido. Apenas 13 jogos depois, Ruben Amorim trocou a pedreira por Alvalade, numa operação que custou 14,4 milhões de euros aos cofres leoninos (10M€ da clásula de rescisão, mais multa pelo atraso e IVA), mas por esta altura nenhum adepto verde e branco se lembrará das dúvidas ou dos cifrões e pode celebrar uma certeza absoluta: 19 anos depois, o Sporting é campeão.
Quando rumou a Lisboa em março de 2020, Amorim já levava um troféu no bolso (Taça da Liga) e o crédito de ter vencido duas vezes o F. C. Porto e o Sporting e batido o Benfica durante o curto reinado à frente do Braga. Os primeiros meses em Alvalade foram de adaptação, de começar a montar o desenho tático, descobrir pérolas na formação e, sobretudo, preparar a filosofia para 2020/21.
Doze milhões de reforços
Amorim é absolutamente fiel ao modelo de três centrais, com laterais muito ofensivos, e as suas equipas privilegiam a circulação de bola e o futebol na profundidade, com os reforços contratados pelo Sporting em 2020/21 a darem essas características ao figurino do leão. No verão, a SAD leonina investiu 12,8 milhões de euros em Pedro Gonçalves (6,5), Nuno Santos (3,7), Feddal (2,15) e Tabata (0,5), garantindo ainda Adán, Antunes e Matheus Reis a custo zero, além dos empréstimos de Pedro Porro e João Mário. Tentou Paulinho, mas teve de esperar até janeiro para convencer o Braga, a troco de 16 milhões de euros, num gasto total de 28,8M€, ligeiramente superior ao do F. C. Porto (22,6M€), mas a léguas da fortuna gasta pelo Benfica: 105 milhões de euros!
A verdade é que no início da época, o Sporting estava muito longe de ser considerado um favorito ao título e a ausência de público até terá ajudado à tranquilidade da equipa no início de 2020/21, sobretudo depois da eliminação no play-off da Liga Europa, e do adeus à Taça de Portugal, neste caso já em janeiro deste ano. No entanto, à derrota com o Marítimo Amorim respondeu com a conquista da Taça da Liga no final desse mês, enquanto continuava a somar vitórias atrás de vitórias no campeonato.
Três empates em quatro jogos de abril levantaram dúvidas, mas não mudaram uma vírgula ao discurso do técnico, tão intenso no banco - foi expulso quatro vezes -, como coerente no jogo de palavras. O Sporting só era candidato a vencer o próximo jogo e agora, passe o exagero, Amorim é candidato a tornar-se o sexto violino no coração dos adeptos do Sporting.