O guarda-redes com mãos de ferro, o capitão das decisões, o médio que nunca parou no amarelo e o avançado que é um Pote cheio de golos. Estes foram os "ases" do 19.º título de campeão nacional do Sporting, conquistado esta terça-feira.
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Experiência e mãos de ferro
Antonio Adán, guarda-redes, 33 anos
Se os avançados ganham jogos e as defesas ganham campeonatos, então ter um guarda-redes experiente e que não treme nos momentos decisivos é meio caminho andado para festejar as duas coisas. Desde a saída de Rui Patrício que o Sporting não tinha um indiscutível debaixo das redes, muito embora Luís Maximiano tenha feito uma temporada bem positiva em 2019/20, mas a juventude deu lugar à experiência. Indiferente ao facto de Antonio Adán ter realizado apenas sete jogos nas duas épocas que passou no Atlético de Madrid, os leões apostaram no guarda-redes, de 33 anos e com escola do Real Madrid, e acertaram no jackpot. Com apenas 20 golos sofridos em 36 jogos, o espanhol foi uma das figuras do título e um dos responsáveis pela defesa de betão que os leões apresentaram na Liga. Absolutamente decisivo em alguns jogos, como em Faro, cometeu pouquíssimos erros e a escorregadela frente ao Belenenses SAD foi mesmo a exceção.
Capitão das decisões
Sebastián Coates, defesa central, 30 anos
Sebastián Coates sempre teve golo desde que chegou a Alvalade. À exceção da meia época de estreia, em 2015/16, o internacional uruguaio nunca ficou em branco numa temporada, mas este ano atingiu um patamar inédito. Dos sete golos marcados em 2020/21, cinco foram no campeonato e três deles tornaram-se absolutamente decisivos na caminhada para o título. A começar por Barcelos, onde o Sporting esteve a perder até aos 83 minutos, mas o capitão de equipa tinha outras ideias e com um bis (aos 83 e 90+1 minutos) garantiu três pontos. O cenário haveria de se repetir frente ao Santa Clara e, dessa vez, a festa ainda se fez mais tarde, no terceiro minuto de compensação em Alvalade. Foi também o uruguaio que deu início à reação no empate (2-2) com o Belenenses SAD, ele que tantas vezes foi a solução encontrada para a posição de ponta de lança quando o cenário estava apertado. E, claro, foi o grande pilar da segura defesa a três com que o Sporting chegou ao título.
Nunca parou no amarelo
João Palhinha, médio, 25 anos
É um daqueles jogadores que até pode passar despercebido em muitos jogos, mas é absolutamente fundamental no equilíbrio de qualquer equipa. Depois de brilhar durante duas temporadas no Braga, por empréstimo - António Salvador queria ficar com o passe do médio, no negócio de Ruben Amorim -, o Sporting fez questão de o resgatar no início de 2020/21, ou não fosse o novo técnico um profundo conhecedor das características do trinco que orientou na cidade dos Arcebispos. Títular quase indiscutível ao longo da temporada, João Palhinha esteve envolvido num daqueles casos em que o futebol português é absolutamente especialista. Completou uma série de cinco amarelos na visita ao terreno do Boavista, mas os leões avançaram com o pedido de despenalização e uma providência cautelar que acabou por permitir a utilização do atleta - como suplente utilizado -, frente ao Benfica. Continuou sem cumprir a suspensão e, pelo meio, fez a estreia na seleção.
Pote cheio de golos
Pedro Gonçalves, extremo/avançado, 22 anos
Bruno Fernandes deixou Alvalade em janeiro de 2020, mas meio ano depois o leão encontrou um novo abono de família. Pedro Gonçalves foi o maior investimento da temporada - até chegar Paulinho em janeiro de 2021 -, mas não demorou a justificar os 6,5 milhões de euros que o Sporting pagou ao Famalicão. Um autêntico vagabundo no meio-campo e ataque leoninos, o internacional sub-21 português, que em miúdo ganhou a alcunha de "Pote" por ter uns quilinhos a mais, marcou que se fartou ao longo da temporada, sendo, durante inúmeras jornadas, o goleador do campeonato, até começar a ter a concorrência do benfiquista Seferovic. Marcou 18 golos em 30 jogos do campeonato e mostrou uma especial apetência para festejar a dobrar nos encontros. Celebrou qualquer coisa como cinco "bis" em 2019, vários deles decisivos na conquista de vitórias e teve, sem dúvida, um dos papéis principais na reconquista do título pelo Sporting, 19 anos depois.