O médio formado no F. C. Porto e atualmente no Wolverhampton contou ao JN, entre outras coisas, as expectativas que reserva para 2020. Do amor eterno ao F. C. Porto e à família que o acompanha e apoia na aventura inglesa, colocou outros assuntos em dia, numa conversa bem disposta.
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Nestes dois anos e meio no Wolverhampton alguma vez se arrependeu de ter deixado o F. C. Porto?
Não, nunca. Na altura, foi uma decisão difícil, porque, além de ser o meu clube, não tinha atingido os objetivos que pretendia. Mas tinha que olhar pela minha carreira e não me arrependo, porque graças a Deus as coisas correram extremamente bem e estou muito feliz no Wolverhampton.
Ainda o vamos ver de volta ao F. C. Porto?
Espero que sim. Não sei como, nem quando ou tão pouco se vai acontecer, mas sim, regressar ao F. C. Porto para ganhar títulos é um dos objetivos da minha carreira.
Estando o Wolverhampton na Liga Europa, tal como o F. C. Porto, há a possibilidade de se defrontarem. Era uma situação que gostaria de viver ou preferia evitá-la?
Não tinha qualquer problema em defrontá-los. Sou portista, mas acima de tudo sou profissional e iria fazer de tudo para que o clube que represento chegasse à vitória. Mas também gostava que o F. C. Porto fosse o mais longe possível na competição. Temos os 16 avos para jogar, vamos ver se conseguimos passar, e no futuro veremos se esse encontro se realiza ou não. Se fosse na final ainda melhor.
No F. C. Porto há outro jovem das escolas do Olival a despontar. Fábio Silva tem pulverizado uma série de recordes, alguns deles que até pertenciam ao Rúben. Como vê o crescimento deste atacante?
É um excelente jogador e fico extremamente feliz por ele. Também fico extremamente contente por constatar que os clubes portugueses estão a voltar a apostar nos jovens da formação. Neste momento, temos muitos jovens portugueses a despontar em todos os clubes e, anteriormente, eram muitas vezes ultrapassados pelos estrangeiros. Fico feliz pelo Fábio e por todos os jovens portugueses que têm sido aposta em todos os clubes. Espero que assim continue.
À espera de uma oportunidade na equipa principal, mas a dar cartas na B está um outro médio, o Vítor Ferreira. Que opinião tem sobre ele?
Tem feito um excelente campeonato, é um dos jogadores em destaque na equipa B e espero que também comece a ter oportunidades na equipa principal, porque quantos mais jogadores da formação aparecerem melhor para eles e para o clube.
Acredita que o F. C. Porto ainda poderá chegar ao título, apesar dos quatro pontos de atraso para o líder Benfica?
Claro que sim, há muito campeonato pela frente.
No próximo ano teremos um Campeonato da Europa e o Rúben tem estado nas convocatórias de Fernando Santos. Sonha com essa competição?
Representar o país é o sonho de qualquer jogador, portanto vou continuar a dar o meu melhor para poder ser chamado ao Euro. Cabe-me fazer a minha parte no Wolverhampton para depois o míster Fernando Santos decidir.
Portugal calhou no "grupo da morte", o que podemos esperar da seleção?
O grupo é extremamente difícil. Tem duas equipas [França e Alemanha] que são favoritas a ganhar a competição, mas Portugal já mostrou que se bate com qualquer equipa. Tenho a certeza de que Portugal vai fazer muito boa figura na competição.
As rotinas que tem ganho com João Moutinho, no Wolverhampton, podem ser transportadas para a seleção?
Na seleção todos temos as nossas rotinas bem definidas. Trabalhamos muito bem, as ideias do míster Fernando Santos estão bem definidas. Não podemos transportar as rotinas do clube para a seleção, porque o estilo de jogo é diferente.
E poder contar com Ronaldo é sempre bom...
É muito bom, é o melhor jogador do Mundo. É sempre um privilégio poder partilhar o balneário com ele, ver de perto o profissionalismo dele e ver, com a idade que tem, o que ainda conquista e o que ainda consegue fazer pelo clube e pela seleção.
O que espera de 2020?
Quero continuar a crescer como jogador e, se possível, conquistar algo pelo Wolverhampton, porque também merecemos. E também sonho com a conquista do Euro 2020.
Perfil
Rúben Neves, 22 anos, Médio
Formado no F. C. Porto, saiu cedo para o Wolverhampton, numa decisão da qual nunca se arrependeu. Em Inglaterra, tem dado passos seguros na carreira e, com dois filhos, não poderia estar mais feliz. É para ele que trabalha e prepara-se, uma vez mais, para passar o Natal em competição. De 2020 quer títulos e o Euro.