Benfica não ganhou os jogos que se seguiram às duas interrupções anteriores do campeonato. Águias tiveram mais jogadores nas seleções, mas dragões e leões sofreram mais com viagens.
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Terminada a paragem para compromissos das seleções, está aberto o caminho para o último terço da época, com tudo para definir em várias frentes de batalha, faltando saber como é que as principais equipas portuguesas vão reagir no regresso à competição após duas semanas sem jogos.
Para o Benfica, líder folgado do campeonato e com aspirações na Champions, uma das poucas pedras no sapato desta temporada foi, precisamente, a partida que se seguiu às interrupções anteriores, em outubro e em dezembro: na primeira empatou a zero em Guimarães e na segunda perdeu 3-0 em Braga. Desta vez, a equipa de Roger Schmidt, que voltou a dar uma semana de férias ao plantel, regressa à ação com uma visita a Vila do Conde, sendo que teve oito unidades nas seleções principais (Vlachodimos, Bah, Otamendi, António Silva, Aursnes, João Mário, Gonçalo Ramos e Musa), com um acumulado de 736 minutos de utilização. Para o técnico alemão, a nota positiva é que, à exceção de Otamendi, os jogadores não saíram da Europa, ou seja, só o central argentino se desgastou em viagens intercontinentais.
Quanto ao F. C. Porto, longe do título, mas embrenhado na luta pelo acesso direto à Liga dos Campeões e ainda na Taça de Portugal, tem sido bem-sucedido nos jogos após as paragens (goleou o Braga, por 4-1, em outubro, e o Arouca, por 5-1, em dezembro). Nesta interrupção, foram seis os jogadores do plantel às ordens de Sérgio Conceição nas seleções (Zaidu, Eustaquio, Grujic, Uribe, Otávio a Taremi), com 725 minutos de utilização. A maior fonte de preocupação para os portistas, que jogam no domingo com o Portimonense, tem a ver com o tempo passado em aviões e o consequente desgaste que isso provoca nos atletas: Uribe e Taremi viajaram para a Ásia, Eustaquio para a América do Norte e Zaidu para África.
O Sporting, também envolvido na corrida pelo acesso à Champions, sem esquecer a Liga Europa, também teve seis jogadores nas seleções principais: Coates, Gonçalo Inácio, Ugarte, Morita, Jovane Cabral e Fatawu, com 725 minutos em campo. Ruben Amorim também terá de lidar com viagens longas (os dois uruguaios rumaram ao Japão, tal como Morita), mas, sobretudo, com os problemas físicos que Ugarte e Jovane trazem dos jogos pelos respetivos países. Neste particular, o caso do médio sul-americano é a maior dor de cabeça para o treinador dos leões, tendo em conta a importância que possui na equipa. No regresso ao campeonato após as paragens anteriores, o Sporting não sentiu problemas (em outubro ganhou em casa ao Gil Vicente, por 3-1, e em dezembro bateu o Paços de Ferreira, por 3-0) e agora será o primeiro dos três grandes a voltar a jogar, defrontando no sábado o Santa Clara, em Alvalade.
O Braga teve apenas os médios Racic e Al Musrati em atividade nas seleções principais e pode tirar vantagem no que diz respeito à gestão física desta interrupção, sobretudo em relação a F. C. Porto e Sporting, adversários diretos na corrida pelos lugares de acesso à Liga dos Campeões.