F. C. Porto igualou, na estreia europeia, o mínimo de faltas numa parte e só frente ao Farense tinha feito menos em 90 minutos. Treinador e capitão deixaram reparos.
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A entrada em ação na Liga Europa foi tudo menos memorável para o F. C. Porto, que saiu de Bodo com uma derrota amarga, diante de um adversário muito menos cotado. Entre as várias razões que justificam o desaire, há uma que saltou à vista, a “falta de agressividade”, sublinhada pelo treinador Vítor Bruno e pelo capitão Diogo Costa.
Uma consulta aos números desta época permite concluir que o técnico e o guarda-redes portista tinham razão: na primeira parte do jogo com os noruegueses, a equipa de Vítor Bruno fez apenas uma falta, algo que só tinha acontecido no primeiro tempo da partida em casa com o Farense, e só frente aos algarvios chegou ao fim dos 90 minutos com menos faltas cometidas (sete) do que no duelo de anteontem (oito).
Dos jogadores de campo titulares, cinco não fizeram faltas (Nehuen Pérez, Grujic, Eustaquio, Gonçalo Borges e Iván Jaime), três cometeram apenas uma (Francisco Moura, Zé Pedro e Samu) e dois fizeram duas (Nico González e João Mário). Entre os suplentes utilizados, só Pepê cometeu uma falta, enquanto Galeno, Rodrigo Mora, Deniz Gul e André Franco não fizeram nenhuma.
“Faltando agressividade, é muito mau. Entrámos bem, a ganhar, sabíamos perfeitamente o jogo que eles iam fazer. Não soubemos parar as transições. Eles estavam fortíssimos nisso e na primeira parte fizemos apenas uma falta. Tínhamos de parar contra-ataques para quebrar o jogo deles”, disse Diogo Costa, na entrevista rápida que se seguiu ao jogo.
Voltando aos números, importa sublinhar que, nas outras partidas desta época, o F. C. Porto fez sempre, no mínimo, 12 faltas (Santa Clara), chegando a um máximo de 18 em três ocasiões (Gil Vicente, Sporting e Vitória de Guimarães). Cometeu 14 frente ao Rio Ave e abriu a temporada com 15 na Supertaça diante do Sporting, num jogo que teve prolongamento.
Sem apontar alvos concretos, Vítor Bruno também deu a entender após o jogo europeu que a equipa portista tinha de mostrar outra atitude em campo: “Sofremos o primeiro golo numa transição e o nosso número de faltas diz tudo. Fomos pouco agressivos, pouco contundentes, a chegar atrasados aos duelos. Estes jogos requerem outro tipo de argumentos. Não se joga, nem se ganha, só no talento. Ganha-se no compromisso, na entrega e, sobretudo, na mentalidade”.